De Cruz e Souza
Acrobata da Dor
Gargalha, ri, num riso de tormenta,
como um palhaço, que desengonçado,
nervoso, ri, num riso absurdo, inflado
de uma ironia e de uma dor violenta.
Da gargalhada atroz, sanguinolenta,
agita os guizos, e convulsionado
salta, gavroche, salta clown, varado
pelo estertor dessa agonia lenta ...
Pedem-se bis e um bis não se despreza!
Vamos! retesa os músculos, retesa
nessas macabras piruetas d'aço...
E embora caias sobre o chão, fremente,
afogado em teu sangue estuoso e quente,
ri! Coração, tristíssimo palhaço.
Lindo poema! Pena que não são só os palhaços que devem rir e fazer graça quando está tudo uma droga. Mas, melhor assim. Ou não.
ResponderExcluirAbraços.
Angel, tenho esse poema gravado pelo Paulo Autran em um cd em que ele declama 400 anos de poesia brasileira. De vez em quando, coloco no carro e choro, um choro bom, pelas ruas da cidade de tanta emoção.
ResponderExcluirTotalmente compreensível que seja da séries poemas favoritos...muuuito bom!
ResponderExcluirmuito forte. amei.
ResponderExcluirAMO Cruz e Souza!
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