Naquele tempo falavas muito de perfeição,
da prosa dos versos irregulares
onde cantam os sentimentos irregulares.
da prosa dos versos irregulares
onde cantam os sentimentos irregulares.
Envelhecemos todos, tu, eu e a discussão,
agora lês saramagos & coisas assim
e eu já não fico a ouvir-te como antigamente
olhando as tuas pernas que subiam lentamente
até um sítio escuro dentro de mim.
O café agora é um banco, tu professora de liceu;
Bob Dylan encheu-se de dinheiro, o Che morreu.
Agora as tuas pernas são coisas úteis, andantes,
e não caminhos por andar como dantes.
Manuel António Pina
[imagem: tenho imensa pena de não saber o seu autor]
Marta, mas que lindo, mas lindo mesmo!
ResponderExcluir[chega "uma idade", que já somos apenas inocentes quando sonhamos... como cantava o Bom Tom Waits]
ResponderExcluirum imenso abraço, Marta
Leonardo B.
Agora as tuas pernas são coisas úteis, andantes,
ResponderExcluire não caminhos por andar como dantes.
Marta nem sabes o sentido que este trecho me faz
Adorei a "Esplanada"...
ResponderExcluircrescimento...
sonhos...
e porque não respeito também...
beijo
Lindo, Marta! Gosto muito do Manuel António Pina, em todas as vertentes - além de poeta, é também um excelente cronista.
ResponderExcluirInterpretei o poema com raiva, ritmado, musical... Gostei muito.
ResponderExcluirBípede, é dos poemas que mais sei :)
ResponderExcluirLeonardo, isso mesmo :)
Leca, e eu gostei que tivesses gostado :)
Carlos, subscrevo cada palavra tua. MAP é dos contemporâneos geniais!
Sílvia, ainda bem que foi sentida, essa leitura :)
bjo & abraço
Poema de desilusão.Um espectro que ensombra todos aqueles que amam ao longo do tempo.
ResponderExcluirComo eu adoro esta imagem, acho que a vou surripiar.
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