quarta-feira, 24 de março de 2010
Nem a Primeira e Nem a Última
Colocou o vestido preto, os óculos escuros e chegou cedo. Postou-se ao lado do caixão. Não conseguiu chorar nem se emocionar. Na hora da cerimônia ouviu quieta o que disse o padre que abençoou o cadáver. Acompanhou o cortejo até o túmulo. Recebeu de todos os votos de pêsames. Já exausta pegou o taxi e foi para casa. Tomou um longo banho e colocou o roupão. Era preciso arrumar, limpar, colocar no lixo: o prato de sopa, a colher e, sobretudo, o tempero discreto e forte que derruba até cavalo.
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Rapaz, e ninguém desconfiou?
ResponderExcluirÓtimo miniconto!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirJanaina, segundo as estatísticas ocultas - jamais reveladas porque perigosa para a harmonia da sociedade - essa é uma forma que muitas pessoas encontram para se acabar, de forma definitiva, com as crises dos relacionamentos. Depois é só chamar o médico da família e dizer que ele teve um treco ou um troço e o atestado de óbito sai na hora.
ResponderExcluirPelo menos ela não foi ao cinema. Se ela fosse esperta mesmo, mataria de fome, não deixaria vestígio algum. Mas tem que ser muito esperta e paciente para conseguir isso.
ResponderExcluirPor isso que o meu pretinho básico está sempre limpo e passado. A gente nunca sabe quando é que vai precisar usar.
ResponderExcluirFinérrima!
ResponderExcluirkkkkkkkkkkkk
ResponderExcluirótimo!!!!!!!
Perfeito! Perfeito!
ResponderExcluirAdorei!
ResponderExcluirGostei muito.
ResponderExcluirmuito. muito. gostei.
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