Talvez tenha sido a sorte grande a grande desgraça...talvez. Foi por aí que tudo começou. A lotaria que transformou a vida condenada à pobreza que viviam. A casa grande, os gastos, a paixão dela por malas e sapatos e tudo o que era bom, e ele comprava, comprava...afinal, tinha saído a sorte grande. Mas o dinheiro escorre por entre os dedos como se de água se tratasse e cria dependências mortais como a heroína. Heroína... ela a dele, e ela queria, ela gostava, tal e qual como as grandes senhoras que sempre invejara.
Foi o corvo que anunciou a desgraça, foi...ou talvez não. Vivia por ali pelo quintal, ela detestava-o, ele cada vez mais afundado nas exigências dela procurava companhia nos animais que o acompanhavam na sua vida no campo. Cortou- lhe a língua e quis ensiná-lo a falar, e ele falou...a despedida foi triste, com ele arrependido, mas não aguentava mais a prisão à droga do dinheiro que ela exigia.
O corvo morreu, o dinheiro acabou e ela ficou sozinha, a sonhar com as malas e os sapatos e todas as mordomias das casas das grandes senhoras...não é só tê-lo, é preciso merecê-lo...
Ps: adorei a imagem do blog hoje, um espectáculo bípede, parabéns
Lou, tem gente que por ter já acha que merece, que é incapaz de reconhecer o lance de sorte, o puro acaso, o inexplicável. Ontem mesmo, ouvi de uma das piores mães que conheço, a frase: cada um tem os filhos que merece. E a mãe dela foi uma pessoa ótima, a criou com rios de atenção, e as filhas são boas e pacientes. Ela não merece, mas teve e tem.
ResponderExcluirSobre a imagem da menina, ela realmente é um encanto, né? Eu salvei várias dessa série para colocar aqui no nosso blog.