domingo, 21 de março de 2010

A PALAVRA




Por que não a encontro?

Apalpá-la como se dura,

como quem alisa a rocha,

surpresa, por imaginá-la pura;

isso é perder-se de propósito

na floresta?



Sábia, esperando

ser colhida e viva, ela,

no monte sólido de cinzas

(donde a ave não renascerá),

parece flor, contemplativa.



Ilustração: Vendedora de flores, de Diego Rivera (1886-1957).

3 comentários:

  1. delicioso texto. Gostei. Boa semana

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  2. Quem espera sempre parece flor...
    contemplativa...
    contemplada...
    ainda não colhida...
    Adorei a pintura de Rivera
    Beijo
    Leca

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