"Parece-me que a invisibilidade é condição para a elegância. A elegância acaba se for notada. Sendo a poesia a elegância por excelência, não consegue ser invisível. Então, para que serve?, dir-me-eis. Para nada. Quem a vê? Ninguém. O que a não impede de ser um atentado contra o pudor, apesar de o seu exibicionismo se exercer entre os cegos. Contenta-se em exprimir uma moral particular. Depois, esta moral particular solta-se sob a forma de obra. Exige que a deixem viver a sua vida. Faz-se pretexto para imensos mal-entendidos a que chamam glória.A glória é absurda por resultar de um ajuntamento. A multidão cerca um acidente, conta-o a si mesma, inventa-o, perturba-o até transformá-lo num outro. O belo resulta sempre de um acidente. De uma queda brutal entre hábitos adquiridos e hábitos a adquirir. Derrota, nauseia, chega a causar horror. Quando o novo hábito for adquirido, o acidente deixará de o ser. Far-se-á clássico e perderá a virtude do choque. Por isso uma obra nunca é compreendida, apenas admitida."
Jean Cocteau
...Se o conhecimento é sensação,então o que conheço, o que é verdadeiro para mim é aquilo que aparece aos meus sentidos, e, como a sensação depende da disposição do percipiente, portanto, se o saudável pensa que o vinho é doce, mas o doente que é amargo, então é verdadeiro que o vinho seja doce e amargo ao mesmo tempo...
ResponderExcluirJuliana Ortegosa Aggio
Wow!!! O Cocteau era um doido maravilhoso, cujas coisas que disse e escreveu, muitas delas, ainda estou por entender.
ResponderExcluirEsta Juliana não conheço.
Mas sabem dizer.
É verdade no geral, mas cabem argumentações em alguns pontos.
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