Ontem, a lotação da sala Guilhermina Suggia da Casa da Música, no Porto, esgotou para o concerto de Joan Baez. Entre temas mais recentes, incluindo alguns de Day After Tomorrow, e clássicos, com Bob Dylan muito bem representado, Baez não se limitou a dar o concerto de consagração que, nesta fase da sua carreira, todos estaríamos dispostos a aceitar. Pelo contrário, arriscou ao cantar a cappella, com a sua voz gasta pelo tempo, Swing Low, Sweet Chariot, canção que, contou, costumava cantar muitas vezes no sul dos EUA quando acompanhou o Movimento pelos Direitos Civis, de Martin Luther King; cantou acompanhada apenas pela sua guitarra Forever Young, Donna Donna e Diamonds and Rust; e, pelo meio, prestou uma homenagem à Revolução dos Cravos, com Grândola Vila Morena. Após uma estrondosa ovação, regressou ao palco para cantar Blowin’ in the Wind e Gracias a la Vida. Findo o concerto, houve ainda tempo para uma dedicatória nos discos e uma breve troca de palavras. O concerto de Baez é já passado, mas não se apagará tão cedo da memória de quem assistiu.
Alinhamento: Lily of the West; Scarlet Tide; God is God; Silver Dagger; Love Song to a Stranger; Farewell Angelina; Grândola Vila Morena; El Preso Número Nueve; Love is a Four-Letter Word; Old Gospel Ship; Joe Hill; Suzanne; Forever Young; Donna Donna; Diamonds and Rust; Swing Low, Sweet Chariot; Long Black Veil; Don’t Think Twice, It’s All Right; Jerusalem; Blowin’ in the Wind; Gracias a la Vida.
Banda: John Doyle (guitarra), Todd Phillips (baixo), Gabriel Harris (percussão) e Dirk Powell (piano e outros).
[publicado também aqui]
Gostaria de ter assistido a esse concerto da Baez, para relembrar os velhos tempos, apesar de ser um pouco mais novo. Quem for ao Porto vale a pena conhecer a Casa da Música, um local de 5 estrelas. Infelizmente, não pude assistir, por falta de tempo, um concerto por lá.
ResponderExcluirCarlos Eduardo, também sou novo demais para "relembrar", mas sim, valeu a pena. E sim, vale a pena conhecer a Casa da Música. Abraço.
ResponderExcluirEu não a conheço o suficiente para relembrar, mas gosto muito da Gracias a la vida! E estive na Casa da Música apenas como turista. Vida de turista tem dessas imperfeições. Gostei do piso macio :)
ResponderExcluirJoan Baez? Esta maluca cantou em Woodstock... (está no filme) e tem só de carreira o que eu tenho de vida. É um fenômeno, apesar de que deve sempre ser vista em seu contexto. Não sei contra o que ou quem está a protestar por ora, mas é o que ela faz melhor. Gosto disso. Ela não envelhece, não cede e nunca se conforma. Adoraria tê-la aplaudido ai no Porto. Quem sabe ela volte por lá em julho quando eu puder ir...
ResponderExcluirPois. Poupando-me a a vos de considerações etárias, digo apenas que adoraria ter assistido o concerto.
ResponderExcluirAcho a voz dela maravilhosa. Mesmo com a mudança própria dos anos, e mesmo com a datação obrigatória daquela geração, algumas coisas são atemporais e universais.
Grande inveja.
Estive lá, ouvi e aplaudi de pé a voz de um "anjo" que me fez sentir um dos eleitos.
ResponderExcluirA "Casa da Música" foi, neste dia, uma enorme CASA DA MÚSICA.
Obrigado.
Bipede, a Casa da Música, em termos arquitectónicos, é belíssima.
ResponderExcluirTarde, é isso mesmo: ela nunca cede.
Silvestre, atemporal é uma palavra que descreve bem a arte da Baez.
Alcochete, assim sendo, sabe bem do que falo.
Abraços.
Baez atravessa nossas almas como Suas canções (e Seu jeito de tocar, com quarto o cinco acordes)como Seu corpo atravessa o tempo maturando a beleza de Seu corpo de mulher.
ResponderExcluirBaez traduziu um tempo, que hoje ainda é saudade, e os nossos sonhos e canções singelas.
Incrível como ainda permanece encantada por Bob Dylan (e suas canções geniais, com aquele mesmo amor que tiveram um pelo outro e que tinha tudo prá dar certo e não deu.
Felizes os que puderam ver Baez em Sua primeira fase, e os que podem ver agora.
Vida longa a Joan Baez!
FL - Sobral-CE-BRASIL