À pressa se nasce com medo de perder no escuro canal, sinopses que venham a ser primárias. À pressa se deglute o primeiro leite da vida, com a sofreguidão de quem à pressa precisa de nutrientes que alimentem a vida. À pressa se cresce, com medo que o tempo não chegue para tudo o que temos ainda a receber. À pressa se mergulha na intensidade da vida esperando, à pressa, o tal tempo para tudo que chega devagar. À pressa se ama, para que com pressa se construam novas vidas. À pressa se pare, para que a dor do rebentar de outra vida dentro da nossa, não seja um morteiro feroz. À pressa se vão vivendo os dias, com pressa que os rebentos cresçam e se lancem novas sementes. À pressa te beijo e te digo que te amo antes que te despeças de mim para que vás onde não posso ir contigo. Só lenta, muito lentamente se sofre a tristeza da dor, se espera a chegada do dia do reencontro com aquilo que à pressa se procurou.
Eu não sou uma pessoa apressada. Sou do estilo que come devagar, mastigando a comida, então, por pressa, não sofro. Mas adorei o seu texto!
ResponderExcluirA vida é uma coisa tantrica. Para saborear até ao mais intímo, sem pressas. Só assim poderemos atender aos pormenores, fixando a imagem geral. É preciso perceber a chuva traçando alinhavos no pano da tarde.
ResponderExcluirBom de verdade mesmo, são os lentos entardeceres roxos. O tempo de um beijo é, deve ser uma eternidade.É pecado viver a correr.
Bjs.
Henrique
Um dos meus defeitos é e sempre foi a pressa e depois fico com pena do que näo vivi com a pressa de o viver , como as crianças. :)
ResponderExcluirAcho tão horrível essa necessária pressa...
ResponderExcluirque passa apressadamente por mim...
beijos apressados
Leca
Que bela imagem " a chuva traçando alinhavos no pano da tarde".
ResponderExcluir