quinta-feira, 15 de abril de 2010

Passeio


                       Quase sem fazer sombra, escapou do aquário e partiu em direção às cortinas. Respirando o ar puro das paredes em branco, calçou apenas os pés de pato, pés de voo sem altura e de água fluente, conduzidos pela pulsão bípede de um vírus mutante e sincero guardado junto com o oxigênio e com  as bóias usadas para não afundar na infância.

6 comentários:

  1. Que doce! Que lírico! Que vontade de voltar à infância, quando poderíamos ter sido felizes!

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  2. Lindo! Segui com a respiração em suspenso.

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  3. E quão melhor não seria o mundo se não deixassemos nossa infância aforgar nunca!
    Adoorei
    :*

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  4. É aquela velha história de não deixar morrer a criança que vive em cada um :)

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