Em cada três segundos morre um menino
Evaporam-se em fome, doença ou solidões
Neste preciso instante já morreram três
Para estes jamais poderá haver soluções.
Os dedos da mão estalam em ritmos loucos
Um morto, outro desiste, outro vai embora
Alucinados vagueiam na global indiferença
De um drama, que em cada dia não melhora
Dia mundial, da fome, da criança, do amor
Da paz e de múltiplas outras solidariedades
Já se exilaram sem retorno, mais outros três
Destroços inúteis na casa azul da liberdade
Ausência, medo, pavor, peso de vergar almas
Nunca, nunca mais, outros três lindos sorrisos
Os meus olhos rasam-se em oceanos de dor
Por tantos, tantos meninos vivendo indecisos
As manhãs do nosso futuro, desistem na noite
Outras três voaram para além das cordilheiras
Eram cientistas, ou carpinteiros, ou bailarinas,
Seriam adultos, vivendo as suas vidas inteiras.
Nunca mais será possível adormecer em paz
Sabendo que o tempo rola na escuridão fria
Mais três que partiram nos ventos diferentes
Fugiram e levaram com eles a nossa alegria
Corre por este rio de alucinações e maravilhas
Esta ausência, do pedaço de pão para todos nós
Desertaram mais três, esgotados de esperas vãs
Sinto-me, sentimo-nos todos, cada vez mais sós.
GED
E levou mesmo minha alegria enquanto lia, mas é isso, não se pode ficar calado diante de tal tristeza. Excelente poema!
ResponderExcluirPoema de alerta importante, e muito bem-escrito. Revela uma realidade com que é muito difícil conviver. Um chamado à ação. Gostei muito, GED.
ResponderExcluirEu sei que é verdade, mas não posso acreditar que as crianças morram nessa velocidade tão cruel.
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