domingo, 25 de abril de 2010

A cada cravo que passa


E o dia passou. A euforia da liberdade escorre como água nos algerozes e o empolgar de festas que nascem pelos cantos, onde se canta uma liberdade pintada em tons de vermelho numa flor que aviva as memórias daqueles que lá estiveram, também se foi. O tempo de festejo passou, como passam as correntes, os dias, as fases da lua e a mesmice fica encravada na liberdade de cada um. No lugar onde ontem se cantou, se inflamou verdades e direitos, hoje fica a mesma fala sorridente, que por detrás esconde a vontade de enganar aquele que mora ao lado.
Ouvimos apregoar factos e factos em catadupa, quase numa cascata de eventos que nos errubescem a face da mesma cor do cravo e não cravamos nossas razões nas faces daqueles que nos enganam com seus discursos de coitados. Num país onde as ondas de solidariedade ao proximo são um pouco do sol que nos alumia, há quem tome o partido dessa forte fraqueza para fazer valer propósitos pessoais dando à cor da liberdade um tom cinzento, mortiço, passado...

8 comentários:

  1. Mas ela, a liberdade, prevalecerá, Lou. Quem, como vocês, fez um 25 de abril, poderá fazer outros. Grande abraço.

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  2. Nada como informação e democracia. Hoje postei lá no tardesdemais a canção TANTO MAR de chico buarque ... vale ler ao menos. De qualquer forma, passado é passado, mesmo que glorioso. Assim, há que se vigiar sempre antes que os espertos detonem o poder que se lhes deu. E se vocês soubessem como foi bom ver Portugal após o 25 de abril, quando aqui ainda estávamos em plena ditadura militar (a qual ainda iríamos amargar masi quase 11 anos), quanto alento e esperança nos deu...

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  3. Obrigada meus amigos :)

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  4. Fiquei impressionado, Lou. Infelizmente a politicagem toma conta dos bons ideais.

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  5. E isso é o que mais me entristece, porque de alguma forma os ideais são consumidos em proveitos proprios. Não há sentido de serviço ao outro, à sociedade , à comunidade. Beijo.

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  6. Lou, gostei tanto que pesquei e coloquei lá no meu depósito, com os devidos créditos, of course.

    http://depositomaia.blogspot.com/2010/04/cada-cravo-que-passa.html

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