Às vezes dentro de nós faz Sul
Vezes demais
Sempre
Rigor geográfico da alma
Ponto cardeal fixando amarras
Mar Atlântico sentido daqui
Calemas de Marços idos
Poeira da infância, ainda por assentar
Cruzeiro sempre pressentido
Nestes céus ocidentais
Vozes de poetas
Inventando rãs e silêncios
Dançam girassóis na planície
Imbondeiros cobrem-se de neves
Acerto o meu relógio
Nos meninos que brincam a sul
Cheiro casuarinas e acácias
Bicos de lacre e zonguinhas
Aterram no meu peito, desordenadamente
Saro vezes sem conta
Esta ferida doída, latejante
È
Às vezes dentro de nós faz sul.
Sempre
GED
Gostei muito deste seu poema, Ged. Como gosto das histórias dos meninos da infância de Ondjaki por Luanda. Muito legal o diálogo que construiu.
ResponderExcluirAdoro as imagens que você constrói como essa de fazer sul ou quem sabe norte, nordeste etc. dentro da geografia da gente.
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