domingo, 25 de abril de 2010

PAPÉIS DE CARTA

Naquele tempo, em que ainda não se ouvia falar em internet, trocavam-se cartas, muitas cartas, entre amigos e amores. Tudo era um ritual. Meninas colecionavam papéis de carta, dispostos em pastas gordas. As trocas eram condicionadas por um tipo de regulamento, que levava em consideração a beleza do papel, seu estado de conservação, sua origem, raridade, e é claro, o grau de amizade entre as colecionadoras. Depois da escolha minuciosa do papel de carta, havia a redação. Sem computadores, nos restava escrever à mão. Cartas datilografadas eram frias e impessoais. Poucos de nós fazíamos rascunhos de cartas, então a vantagem deste tipo de correspondência é que na maioria das vezes não repensávamos nossas palavras, estas fluíam da mente para o papel. Claro, às vezes isso também era motivo de arrependimento. O engraçado era que muitas vezes as cartas que voltavam referiam-se a determinados assuntos ou perguntas que nós nem lembrávamos. Por isso o papel carbono era uma boa alternativa. Meninos escreviam em folhas de caderno, e o que determinava se havia capricho e dedicação em suas cartas eram a letra e o fato das aparas das folhas terem sido cortadas ou não. Então, havia o envelope com letra caprichada, a colagem dos selos e a entrega nos correios. Um alívio ao ver a carta ser carimbada e colocada na caixa de coleta. Uma média de uma semana para o destinatário recebê-la. E aí começava a parte mais empolgante: a espera pela resposta. Posso sentir ainda o cheiro das cartas e a alegria por enxergar o carteiro.

11 comentários:

  1. Era assim mesmo Renata, sem tirar nem pôr...

    Beijinhos

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  2. Sessão nostalgia, Prisca!
    E se eu te disser que ainda tenho minha coleção?

    Beijos.

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  3. e como era bom.......tambem tenho... e a de adesivos tambem tempo bom

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  4. NOSSA!!! VC SABIA QUE TENHO UMA AMIGA Q COLECIONA E SEMPRE CONSEGUE OS PAPEIS DE CARTA DA NOSSA ÉPOCA, NO ORKUT E CHEGA VIA SEDEX, É O MÁXIMO ELA ADORA!BJOKAS! T LA NO MANUPINK TEM 3 SELINHOS PARA VC!BJOKAS.

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  5. Deve ter sido bom, especialmente a expectativa em torno da resposta.

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  6. Também sinto saudade das cartas, Renata. Você leu "Flores Azuis", romance epistolar da jovem Carola Saavedra, que ganhou vários prêmios? Acho que vai gostar.

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  7. Eu jogava xadrez por correspondência, levava um mês, em média, para que se fizesse uma ou duas jogadas. E às vezes a empregada mudava o tabuleiro e as peças. Tinha de refazer os movimentos com as cartas guardadas cuidadosamente em uma gaveta... Mas era divertido. Hoje é on-line kkkkkkkkkkk

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  8. Tive um amigo na época do colegial que era da Nova Zelândia. Eu arrastava um inglês primitivo, e, era um dos poucos que conversava com ele na escola. Quando ele voltou a Nova Zelândia, nos correspondíamos com cartas, e, eu me lembro de muitas vezes recorrer aos dicionários, para entendê-las, e, depois respondê-las. E era exatamente como tu bem disseste. Escrevia em folhas de caderno, tirando aquelas aparas, pois alguém me disse certa vez que era sinal de respeito assim fazer. Ele fazia o mesmo. Poucas linhas trocamos, que atravessaram o oceano. Hoje trocamos emails. De 140 caracteres.

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  9. Colecionei papéis de carta e bonecas de papel. Minha coleção de papéis de carta era incrível e perfumada. Aos 15 anos, cometi a insanidade de trocá-la por um namorado. Isso mesmo, um namorado. Dei a caixa para a outra menina que o disputava comigo e disse: você fica com os papéis, e eu fico com ele. Péssimo negócio. Mas ótima lição. Bem feito para mim!

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  10. Ah, eu também colecionava bonecas de papel, daquelas que podíamos trocar as roupas... Que delícia de lembrança, Bípede!

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  11. eu gostel da imagem bjos txa

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