terça-feira, 13 de abril de 2010

Arremesso


          Feito um book reciclável e desligado da tomada, sem receio de ter as folhas amassadas ou rasgadas, solto-me no ar feito uma bolha explosiva de cor e de sabão a recordar o instante em que o ar tocou a água do que sinto e escrevo. Sem preocupar-me com o peso sobre as estantes, vou armazenando os títulos e suas ausências na biblioteca pura, lanterna essencial e sem estranhamento, do silêncio quente que me eleva e me faculta guardar ou reinventar aquilo que não me foi possível esquecer.

4 comentários:

  1. O fulano adorava colecionar CD´s, livros, DVD´s. Essa era sua vida. As estantes antigas do inventário de sua avó, de madeira decorada, estavam repletas de áudios e vídeos de grupos de rock, mpb, eruditos, jazz et, de livros de Camus, de Sartre, de Marcuse, de Delleuze, de Guatari, de Borges, de Pessoa, de Machado e de Espanca. Até que chegou o dia em que o fulano resolveu não mais comprar CD´s, nem DVD´s, nem livros, nem nada. Ele simplesmente "baixava". E hoje a biblioteca está velha, desatualizada, não foi mais renovada e passou a ser apenas uma peça de "decoração". A decoradora disse que a velha estante não combina com os novos sofás brancos e o aspecto "clean" do novo projeto. Hoje o fulano carrega no pequeno bolso da camisa toda a sua biblioteca com condições de utilizar em qualquer lugar, inclusive no carro, na praia, na montanha e no banheiro.

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  2. A escritora, coisa de escritora. Já disse isso, lembra?

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  3. A modernidade é útil...
    mas...pra mim...nada melhor...que corredores longos...estantes altas...silêncio e cochichos...de uma boa e velha biblioteca...
    beijos Bípede...da Leca

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  4. Eu gosto muito de livros. Por nada, troco por um equipamento.

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