toda a verdade sobre o coelhinho da Páscoa (we are not here to survive)

Prometo contar-vos toda a verdade sobre o coelhinho da Páscoa mas antes comecemos pela verdade sobre a Páscoa. Aqui há muitos anos atrás, um homem especial conhecido por Jesus da Nazaré passou aqui pela Terra. Vinha sem nada nos bolsos (talvez por isso o Cristianismo tivesse custado tanto a pegar ... a boa publicidade paga-se, sempre ouvi dizer) apenas com uma mensagem ainda hoje revolucionária de amor ao próximo, de fé num mundo melhor, de confiança numa existência ulterior. E mais do que tudo isso, uma mensagem que continha uma informação clara sobre Deus, uma entidade omnipotente. No meio da escuridão da nossa existência eis que uma luz se acende.

Cada um é livre de acreditar, claro. Se vos serve de consolo, logo na altura poucos acreditaram - eu não disse que era uma mensagem demasiado revolucionária? - e a verdade é que 33 anos depois do nascimento do homem especial conhecido por Jesus da Nazaré, foi o mesmo torturado e pregado a uma cruz. Os homens, ontem como hoje, não sabem apreciar discursos diferentes. Torna-os inseguros. Por incrível que pareça, Jesus da Nazaré sabia disto. Sabia até como iria acabar. Em dor prolongada, a sangrar ao sol. "Seja feita a Tua vontade e não a minha". Sucede porém que por puro amor, Jesus tinha como missão dar a sua vida pela humanidade. A tal humanidade falível e fraca de intenções. Como devem ter sido terríveis aqueles últimos momentos. Perecer por uma causa perdida para se manter acesa uma réstea de esperança.

Daí que - e qualquer pessoa que perceba alguma coisa da Bíblia (que eu não) vos dirá o mesmo - a Páscoa em si, é um momento muito mais significativo para os Cristãos do que qualquer outro. Mesmo do que o Natal (apesar da Páscoa não poder competir com a Coca-Cola, plasmas, caixas de vinho ofertadas pela empresa e peúgas com os cumprimentos da avó).

E quanto ao coelhinho da Páscoa? Bem, a verdade é que é apenas mais um bocado de chocolate. É fixe. A primeira trinca que dou é logo pela cabeça. E já agora como coelhinhos da Páscoa também no Natal (vou à árvore e arranco, como um ogre). Será blasfémia? E o que eu gosto de coelhinhas? Nem quero pensar em tudo o que já pequei. Imagino que o meu inferno sejam Odetes Santos a sentarem-se ao meu colo enquanto me nacionalizam as bolas.

"Mas oh Pulha, eu não acredito em nada disso!". Então sacana, do que precisas é de um cheirinho de Tom Waits. Nesse é à confiança.

"There ain't no devil, there's just god when he's drunk" Tom Waits