sexta-feira, 28 de maio de 2010

TERRA

Tons de azul dançando com nuvens
Solidão de viajante no infinito negro
Minha casa, planeta riscado de luar
Amornando no sol de todos os dias
Continentes brilhando ao anoitecer
Rios espreguiçando-se à flor da pele
Vagueando no desejo de serem mar
Rugas estilhaçadas roçando os céus
Grandes oceanos fermentando vidas
Danças lentas, marcando os ritmos
Das noites suaves, dos dias verticais
Dos amanhãs flutuando nas brumas
Minha casa, planeta de impossíveis
Equador vincando norte e meridiões
Dividindo alucinações e maravilhas
Imbondeiros, cravados nas planícies
Gaviões imóveis em busca da presa
Pastores conduzindo gado e solidões
Brisas ondulando a quietude da tarde
Minha casa, planeta de muitas vozes
Semeada com sussurros tão desiguais
De guerreiros desafiando os destinos
E poetas tecendo as malhas do futuro.

GED

2 comentários:

  1. Um tanto quanto sem tempo, mas sempre lendo seus poemas, ainda que sem comentar, sigo a leitura.

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  2. GED, uma poesia que nos enraiza em uma casa que a todos nós pertence e que, lamentavelmente, temos enorme dificuldade de alcançar. Adoro os seus poemas. Eles transformam em humano e em afeto todas as coisas, das inatingíveis às materiais. Sinto-me mais dona do meu torrão depois que te leio.

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