Tons de azul dançando com  nuvens
Solidão de viajante no infinito negro
Minha casa,  planeta riscado de  luar
Amornando no sol de  todos os  dias
Continentes brilhando ao   anoitecer
Rios espreguiçando-se à flor da pele
Vagueando no desejo de serem  mar
Rugas  estilhaçadas roçando os céus
Grandes oceanos fermentando vidas
  Danças  lentas, marcando os  ritmos
Das noites suaves, dos dias verticais
Dos amanhãs  flutuando nas brumas
  Minha casa,  planeta de  impossíveis
Equador vincando norte e meridiões
  Dividindo alucinações  e maravilhas
Imbondeiros, cravados nas planícies
Gaviões imóveis  em busca da presa
Pastores conduzindo gado e solidões
Brisas ondulando a quietude da tarde
Minha  casa, planeta de muitas vozes
Semeada com sussurros tão desiguais
De guerreiros desafiando os  destinos
E poetas tecendo as malhas do futuro.
GED
 
Um tanto quanto sem tempo, mas sempre lendo seus poemas, ainda que sem comentar, sigo a leitura.
ResponderExcluirGED, uma poesia que nos enraiza em uma casa que a todos nós pertence e que, lamentavelmente, temos enorme dificuldade de alcançar. Adoro os seus poemas. Eles transformam em humano e em afeto todas as coisas, das inatingíveis às materiais. Sinto-me mais dona do meu torrão depois que te leio.
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