sexta-feira, 28 de maio de 2010

TIC...TAC...tic...tac...





"AH! OS RELÓGIOS Amigos, não consultem os relógios quando um dia eu me for de vossas vidas em seus fúteis problemas tão perdidas que até parecem mais uns necrológios... Porque o tempo é uma invenção da morte: não o conhece a vida - a verdadeira - em que basta um momento de poesia para nos dar a eternidade inteira. Inteira, sim, porque essa vida eterna somente por si mesma é dividida: não cabe, a cada qual, uma porção. E os Anjos entreolham-se espantados quando alguém - ao voltar a si da vida - acaso lhes indaga que horas são... "Mario Quintana - A Cor do Invisível.

"Batidas na porta da frente é o Tempo. Eu bebo um pouquinho prá ter argumento. Mas fico sem jeito, calada. Ele ri Ele zomba do quanto Eu chorei Porque sabe passar e Eu Não sei... Um dia azul de verão, sinto o vento. Há folhas no meu coração é o Tempo. Recordo um Amor que perdi, ele ri Diz que somos iguais, se Eu notei Pois Não sabe ficar e Eu também Não sei. E gira em volta de mim, sussurra que apaga os caminhos. Que amores terminam no escuro sozinhos Respondo que Ele aprisiona, Eu liberto Que Ele adormece as paixões, Eu desperto. E o Tempo se rói com inveja de mim Me vigia querendo aprender... Como Eu morro de Amor prá tentar reviver. No fundo é uma eterna criança que Não soube amadurecer. Eu posso, Ele não vai poder me esquecer... No fundo é uma eterna criança que não soube amadurecer. Eu posso, ele não vai poder me esquecer." Nana Caymi - Resposta ao Tempo.

"O amor comeu até os dias ainda não anunciados nas folhinhas. Comeu os minutos de adiantamento de meu relógio, os anos que as linhas de minha mão asseguravam. Comeu o futuro grande atleta, o futuro grande poeta. Comeu as futuras viagens em volta da terra, as futuras estantes em volta da sala. O amor comeu minha paz e minha guerra. Meu dia e minha noite. Meu inverno e meu verão. Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte". João Cabral de Melo Neto

"Analizando o tempo que decorre-se ante nossa consciência, nos reporta a contemplação do momento presente e o desabrochar único de uma flôr" Sibusca.

"TEMPO! O teempo paaassa, gritava o locutor O tempo passa depressa, filho, dizia meu pai. O tempo era ideal. Um tempo de ideais, bem antes Do tempo de descrença, na maturidade. Bom tempo, Tempo bom, mínima 18 máxima 24... "Roberto Queiroz

Tic...Tac..tic..tac...
Com amor e carinho,
Sílvia

2 comentários:

  1. Sil, tem uma poesia do Drummond, do livro de poesias eróticas em que ele fala algo assim: você meu relógio de não marcar horas, de esquecê-las.
    Como o seu post ponteir gira em torno do tempo, lembrei.

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  2. Sil, o tempo é um movimento perpétuo (como aquela música de Carlos Paredes)...

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