segunda-feira, 31 de maio de 2010

Do tempo que se faz a infância

Havia um tempo de acácias e de mar
Bainhas brancas lambendo a areia
Azul de olhos e azul de céu
Colos perfeitos como conchas
E havia um tempo em que eu cabia dentro desse tempo
Mãe era palavra quase única
e baloiços camas de embalar
Havia um tempo de acácias e de mar
Atrevido e doce como criança
Que cresceu, mas que ainda me acorda pelas manhas da vida
Solta as bainhas dos vestidos
Morde-me a languidez e pega-me pela mão
Rouba-me beijos e enrola-me os cabelos
Cheira a bocas vermelhas e a tenros arrozais
E diz-me menina e eu sei
Porque só eu sei que …
…houve um tempo de acácias e de mar.

4 comentários:

  1. Belo poema. Acácias e mar se reúnem, no meu caso, noutra lembrança, de um período da vida adulta.

    Abraço.

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  2. Gosto de acácias, mas adoro sobretudo o mar. Na sua infinitude eu me contenho.

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  3. Mãe é uma palavra quase única e talvez a mais dita. Quando a gente não pode mais dizê-la, é como se a gente perdesse quase todo o nosso vocabulário.

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  4. Um casamnto perfeito Flor & Mar!
    Lindo Simone. Já está na minha coleção seu Poema!
    E, também me fez lembrar de MÃE... mas com lembranças lindas e saudade imensa! Obrigada.
    Com carinho,
    Sílvia
    http://silminhacolchaderetalhos.blogspot.com/

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