sexta-feira, 7 de maio de 2010

TEORIA DAS JANELAS PARTIDAS




*Para pensar com calma...*

TEORIA DAS JANELAS PARTIDAS

Em 1969 (sim, faz tempos...), na Universidade de Stanford (EUA), o Prof. Phillip Zimbardo realizou uma experiência de psicologia social.

Deixaram duas viaturas abandonadas na via pública, duas viaturas idênticas, da mesma marca modelo e até cor. Uma deixou em Bronx, na altura uma zona pobre e conflituosa de Nova York e a outra em Palo Alto, uma zona rica e tranqüila da Califórnia.

Duas viaturas idênticas, abandonadas em dois bairros com populações muito diferentes, e duas equipes de especialistas em psicologia social estudando as condutas das pessoas em cada sítio.

Resultou que a viatura abandonada em Bronx começou a ser vandalizada em poucas horas.

Perdeu as rodas, o motor, os espelhos, o rádio, etc. Levaram tudo o que fosse aproveitável e aquilo que não puderam levar, destruíram.

Contrariamente, a viatura abandonada em Palo Alto se manteve intacta.

É comum atribuir à pobreza ou a uma determinada classe social A, B ou C as causas de delito. Atribuição em que coincidem as posições ideológicas mais conservadoras.

Só que a experiência em questão não terminou aí.

Quando a viatura abandonada em Bronx já estava desfeita e a de Palo Alto estava a uma semana impecável, os investigadores partiram um vidro do automóvel de Palo Alto, o resultado desencadeou o mesmo processo do Bronx: e o roubo, a violência e o vandalismo reduziram o veículo ao mesmo estado que o do bairro pobre.

Por que o vidro partido na viatura abandonada num bairro supostamente seguro é capaz de disparar todo um processo delituoso?

Não se trata de pobreza, de classe A, B ou C. Evidentemente é algo que tem que ver com a psicologia e as relações sociais e humanas.

Um vidro partido numa viatura abandonada transmite uma idéia de deterioração, desinteresse, despreocupação, que vai quebrar os códigos de convivência, como se indicasse ausência de lei, de normas, de regras, liberando como que vale tudo.

Se um vidro de uma janela de um edifício quebra e ninguém o repara, muito rapidamente estarão partidos todos os demais.

Se uma comunidade exibe sinais de deterioração e isto parece não importar a ninguém, então ali se gera novo delito

Se forem cometem "pequenas faltas" (estacionar em lugar proibido, exceder o limite de velocidade ou passar um semáforo vermelho) e as mesmas não são sancionadas, então começam as faltas maiores e logo delitos cada vez mais graves.

A Teoria das Janelas Partidas foi aplicada pela primeira vez em meados da década de 80 no metrô de Nova York, cenário de pequenos roubos, desordens e depredações.

Os resultados foram evidentes.

Começando pelo pequeno conseguiu-se fazer do metrô um lugar seguro.

A estratégia se baseia em não permitir transgressões à lei e às normas mais comezinhas da convivência urbana.

A expressão "Tolerância Zero" soa a uma espécie de solução autoritária e repressiva, mas o seu conceito principal é muito mais a prevenção e promoção de condições sociais de segurança.

Não se trata de "tolerância zero" em relação à pessoa que comete o delito, mas sim de "tolerância zero" em relação ao próprio delito.

Trata-se de criar comunidades limpas, ordenadas, respeitosas da lei e dos códigos básicos da convivência social humana.




FONTE:
http://www.residencialmetropolis.com.br/comunicado_view.php?id_comunicado=28

*Phillip Zimbardo tem outras teorias de comportamento interessantes, testadas.
É só dar uma busca na web.

Com carinho,
Sílvia

3 comentários:

  1. "Se forem cometem "pequenas faltas" (estacionar em lugar proibido, exceder o limite de velocidade ou passar um semáforo vermelho) e as mesmas não são sancionadas, então começam as faltas maiores e logo delitos cada vez mais graves"
    isto sim , é uma grande verdade. não podia concordar mais. desconhecia essa teoria. mas adorei.

    Beijinhos

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  2. Também não conhecia mas gostei de a conhecer.

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  3. Parece que todo mundo tem mesmo um bicho dentro de si esperando a hora de dar o bote.

    Bípede Falante

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