quinta-feira, 6 de maio de 2010
MERGULHO
Abaixo da superfície de arrepios da nesga de mar
Que vejo sentado no sofá na sala na manhã
Devem estar peixes, diversas cores, tamanhos,
Formatos diferentes nos padrões de nado e guelras,
Escamados e encourados com listras e pintas
Que não eliminam a possibilidade do desejo.
Abaixo da superfície de arranhões da faixa de mar
Que sinto nos olhos parados estaria começo
E fim, vulcões, serpentes e pentes de sereias
Verdes, o próprio enigma de estar o que poderia
Não estar no trocadilho de horas enferrujadas,
Dados do polifemo, Ulisses, regressos calados.
Abaixo da superfície violentada de sobra de mar
Entre copas de árvores funcionam usinas,
Vultos escorregadios do início, raio de noite
Mergulhando no verbo em encontros
De águas, espumas, argilas. Guitarras
À superfície, presas na quilha do último beijo.
Plínio de Aguiar
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Plínio:
ResponderExcluirPreciso respirar....
Lindo poema. Parabéns.
Sabe tenho uma foto que se integra perfeitamente com todo esse desjo.
Espero poder enviá-la. Amei viu!
Com amor ecarinho,
Sílvia
Provocante.
ResponderExcluirEnvolvente.
Insano no melhor sentido.
Bípede Falante