sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

deixa-te ficar em minha casa


Tenho livros e papeis espalhados pelo chão

A poeira de uma vida deve ter algum sentido

Uma pista, um sinal de qualquer recordação

Uma frase onde te encontre e me deixe comovido



Guardo na palma da mão o calor dos objectos

Com as datas e locais. Porque brincas, porque ris.

E depois o arrepio: a memória dos afectos

Que me deixa mais feliz



Deixa-te ficar na minha casa

Há janelas que tu não abriste

O luar espera por ti quando for a maré-vasa

Ainda tens que me dizer porque é que nunca partiste



Está na mesma esse jardim com vista sobre a cidade

Onde fazia de conta que escapava do presente

Qualquer coisa que ficou, que é da nossa eternidade

Afinal, eternamente.



Deixa-te ficar na minha casa

Há janelas que tu não abriste

O luar espera por ti quando for a maré-vasa

Ainda tens que me dizer porque é que nunca partiste

João Monge/João Gil



5 comentários:

  1. Lindo texto...
    ahh...viva a memória dos afetos...
    que deixam sempre vivos os afetos...
    Beijo
    Leca

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  2. Boa escolha . Gosto muito deste poema/canção...

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  3. Marta, eu conheço o poema, nāo a canção ( melodia), do blog do Joao Monge. Você conhece?? Eu adoro ele. Acho-o genial. Adorei vê-lo aqui.

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  4. Silvestre,
    eu não conheço o blog do João Monge!!!!

    onde? como? quando? porquê? :) vou já à procura ;)

    ...só as letras/músicas...algum trabalho dele e gosto tudo tanto íssimo :) tal como do João Gil...

    Apple, ainda bem...eu tb gosto muitíssimo.

    Leca, que nunca nos falte a memória...dos afectos. nunca.

    bjo

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  5. Marta, achei que já tinha postado para você o endereço do blog do Monge.
    Aí vai: http://versalhadas.blogspot.com
    Divirta-se por lá. Ele é maravilhoso.

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