terça-feira, 17 de agosto de 2010

23 Anos Sem Carlos Drummond De Andrade


Nascido e criado na cidade mineira de Itabira, Carlos Drummond de Andrade levaria por toda a sua vida, como um de seus mais recorrentes temas, a saudade da infância. Precisou deixar para trás sua cidade natal ao partir para estudar em Friburgo e Belo Horizonte.Formou-se em Farmácia, atendendo a insistência da família em graduar-se. Trabalha em Belo Horizonte como redator em jornais locais até mudar-se para o Rio de Janeiro, em 1934, para atuar como chefe de gabinete de Gustavo Capanema, então nomeado novo Ministro da Educação e Saúde Pública.Em 1930, seu livro "Alguma Poesia" foi o marco da segunda fase do Modernismo brasileiro. O autor demonstrava grande amadurecimento e reafirmava sua distância dos tradicionalistas com o uso da linguagem coloquial, que já começava a ser aceita pelos leitores.faleceu em 17 de agosto de 1987.

SEU SANTO NOME...


Não facilite com a palavra amor.
Não a jogue no espaço, bolha de sabão.
Não se inebrie com o seu engalanado som.
Não a empregue sem razão acima de toda razão (e é raro).
Não brinque, não experimente, não cometa a loucura sem remissão
de espalhar aos quatro ventos do mundo essa palavra
que é toda sigilo e nudez, perfeição e exílio na Terra.
Não a pronuncie.


Carlos Drummond De Andrade

4 comentários:

  1. Tenho pena de não conhecer melhor a sua obra. Para dizer a verdade não conheço a não ser daqui da blogosfera onde recorrentemente aparecente excertos das suas palavras e invariavelmente gosto muito.

    Brincar com o amor de alguém é de facto uma forma de torturar o outro. Sentimentos fortes levam a fortes consequências. Para tudo à um limite. Não se deve pronunciar o que não é sentido.E há quem sinta muito essas consequências na pele e na alma... Gostei da alusão ao mandamento de não se invocar o Santo nome de Deus em vão...

    Obrigado pelo ensinamento Mara

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  2. De Drummond temos as pedras que nos ensinam, ah do Drummond existe tanta poesia, tanto ensinamento! Só posso dizer que sou apaixonada pelos versos de Drummond e qualquer homenagem feita a ele sempre foi pouca. Merece ser lido de cabo a rabo, de trás pra frente, repetidas vezes seguidas e ainda assim é poesia de primeiro instante pra se assustar :)

    bjs

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  3. Meu poeta preferido, se é que existe isso de preferir um poeta.

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  4. ...a poesia permanece inoxidada perante a ferrugem do tempo!

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