Ó Pai
-----------Gerana Damulakis
--------------"Por que me abandonaste?"
-----------------------Cristo
Qualquer dia, qualquer mês
e estou só.
Só as estrias de luz mostram o ar
carregando suas massas de partículas
redondas, tantas quantas são
as pessoas da multidão.
Lá fora é onde deve haver alguém.
Por que tarda?
Estou em plena tarde
sem perder o relógio de vista.
Preciso dizer-te isto, meu Pai,
que já vivo a minha tarde
e tenho medo.
Foto: meu grego (meu pai) e eu. A foto está em preto e branco porque não tenho mais este colinho em cores. Meu pai morreu faz pouco tempo, sem doença, de acidente (uma dor mais insuportável ainda).
Não existe tragédia maior do que a morte acidental. Perdi um tio querido assim. E os pais sempre deixam algum relógio.
ResponderExcluirLinda homenagem de amor de pai.
ResponderExcluirUm abraço-
Lindo, lindo, lindo!!!
ResponderExcluirDesculpem, estou um pouco ausente dos blogs, mas tenho visitado na surdina, quando minha cabeça permite.
[onde, lá fora, o fim do mundo? onde, se ele se fina e renasce dentro da pele, víscera palavra estranha entranha? onde, se não é tarde?]
ResponderExcluirum imenso abraço, Gerana
Leonardo B.
La presencia persiste. Ese verso
ResponderExcluirPreciso dizer-te isto, meu Pai,
está perfecto. Está perfecto por el tiempo presente y por la esperanza que implica el invocar al otro.Desde algum lugar, o teu pai te está escutando.
Um abraço.
ver você e seu pai me comoveu muito também perdi o meu faz cinco meses e é uma dor indescritível um grande abraço comovido liz
ResponderExcluirO meu faleceu fazem dois anos... Meus sentimentos
ResponderExcluirGerana, eu sei que o sofrimento não dá trégua por causa das palavras, mas entre vocês havia afeto, ternura, colo. E, por incrível que pareça, essa não é a regra. A paternidade e a maternidade não são um mero título. São quase um dom. Filhos são os que têm/tiveram pais e pais são os que, de verdade, acolheram os seus filhos. Eu não tenho uma foto como essa com os meus. Tenho com o meu pequeno. Já é um consolo. Sinto muito pela sua perda. Um grande beijo. Bípede
ResponderExcluirEmocionantes, o poema e o amor pelo pai. Beijo comovido.
ResponderExcluirmuito, muito terno. e lindo. apesar da dor.
ResponderExcluirum beijo imenso, Gerana.
Lindo.
ResponderExcluirA morte súbita, a perda súbita inesperada, deixa um vácuo cujo trabalho de decorar pode criar beleza e loucura.
Que lindo que você tem as lembranças e o afeto para criar o belo.
Sentimentos
Lindo, comovente.
ResponderExcluirGerana: Tuas palavras estão plasmadas naquela foto em que te jogas no colo de teu pai, que deve ter sido um grande amigo teu. São elas que colorem as fotos.
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