Tinha de sair dali depressa, antes que alguém subisse, senão estaria tudo perdido.
Não haveria explicação, nem pedidos de desculpa, nem choro, nem ameaças, nem gritos, nada… Nada justificaria a sua presença ali, noite dentro, frente áquela porta. Nada justificaria a sua presença no único sítio do mundo onde nunca poderia estar. E, no entanto, ali estava, de cócoras, no escuro.
Quando percebeu que os passos do velho arrastavam os seus lamentos para longe, atreveu-se a sair daquela posição humilhante.
Levantou-se devagar e demorou algum tempo a recuperar a firmeza nas pernas.
O pé direito dormente dava-lhe um caminhar desequilibrado e dorido mas, naquele arrasto, encontrou a vela caída.
Foi só quando apanhou a vela que percebeu que afinal aquilo que lhe parecera pó, era outra coisa qualquer. Farinha? O chão estava coberto de farinha.
"Claro..."
Cobriam o chão de farinha para terem certeza que ninguém ia até lá. O cérebro disparou. De repente as ideias começaram a gritar e a cabeça parecia que explodia.
Despiu a camisa de linho e com ela varreu o chão, assim iam saber que lá tinha estado alguém mas não saberiam quem.
“Pelas pegadas identificavam-me logo…Não me vou deixar apanhar assim.”
(continua)
Isso é bruxaria. Ai que nervoso miudinho que dá.
ResponderExcluirAumenta esse conta gotas.
Prende- nos a todos por um ou melhor, tres pontinhos.
Marie
subscrevo ;)
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