Mal Secreto,
de Raimundo Correa
Se a cólera que espuma, a dor que mora
N’alma, e destrói cada ilusão que nasce,
Tudo o que punge, tudo o que devora
O coração, no rosto se estampasse;
Se se pudesse o espírito que chora
Ver através da máscara da face,
Quanta gente, talvez, que inveja agora
Nos causa, então piedade nos causasse!
Quanta gente que ri, talvez, consigo
Guarda um atroz, recôndito inimigo,
Como invisível chaga cancerosa!
Quanta gente que ri, talvez existe,
Cuja a ventura única consiste
Em parecer aos outros venturosa!
Nada mais verdadeiro. Esse é o "mal secreto"
ResponderExcluirde(quase)todos nós...
Esta "série poemas favoritos" está aberta?
"A gente podemos", rrrsss, participar dela?
Abração
Cirandeira, está abertíssima. Pode participar, sim. Vou tirar o número romano I para que ninguém se perca. Basta escrever como título série poemas favoritos, que a gente saberá do que se trata :)
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