sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
Assim falou T.S. Eliot em Burnt Norton
O tempo presente e o tempo passado
Estão ambos talvez presentes no tempo futuro
E o tempo futuro contido no tempo passado.
Se todo o tempo é eternamente presente
Todo tempo é irredimível.
O que poderia ter sido é uma abstração
Que permanece, pérpetua possibilidade,
Num mundo apenas de especulação.
O que poderia ter sido e o que foi
Convergem para um só fim, que é sempre presente.
Ecoam passos na memória
Ao longo das galerias que não percorremos
Em direção a porta que jamais abrimos
Para o roseiral. Assim ecoam minhas palavras
Em tua lembrança.
Mas com que fim
Perturbam elas a poeira sobre uma taça de pétalas.
Não sei.
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Lindo isso!
ResponderExcluirA atemporalidade e o roseiral que raramente
ResponderExcluirpercebemos...! Quando e se o percebemos.
Lindo e nostálgico e triste.
Se vc soubesse como eu trago estes versos dentro de mim: vivo dizendo 2 ou 3 deles, em certas circunstâncias.
ResponderExcluirGerana, a primeira vez que li esses versos foi por acaso em uma revista de ciências, estudando para o vestibular. Foi inesperado e mágico. Daí grudaram em mim. Também vivo com eles. São importantíssimos na minha história e é a eles que recorro sempre que preciso de um pouco mais de solidez.
ResponderExcluirTarde, toda a obra do Eliot é magnífica, mas esses versos são únicos e inigualáveis.
ResponderExcluirCirandeira, esses versos guardam o segredo de existir.
É lindo o poema.
ResponderExcluirConheço tão pouco Eliot.
Mas o que conheço é assim.
Ele vivia meio atormentado com estas questões dos segredos do existir.
Você viu o filme que fala dele e da mulher??
É deles não é? Ou estou viajando. Não lembro ao certo o nome. Acho que em português era Vivi e Tom.
Quem sabe...!?
ResponderExcluirAntes que me esqueça: essa imagem do blog é belíssima, LUMINOSA, IRRADIANTE!
Obrigada, "Tarde"
Cirandeira, também achei luminosa. Pelo que entendi, a fotografia foi tirada por ele também!
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