segunda-feira, 16 de outubro de 2017

MANIFESTO PARA UM CORPO EM ESTADO DE NUDEZ





MANIFESTO PARA UM CORPO EM ESTADO DE
NUDEZ

Nós, da Escola de
Dança da Universidade Federal da Bahia nos declaramos, declamamos, dançamos em
comum à polifonia de atuações, em crítica plena e sistemática às subjetividades,
que se pretendem acima das leis de nosso país.
Características
subjetivas devem se manifestar a todo e qualquer tempo! Sem, todavia, tolher,
execrar, censurar, violar... o que ou quem quer que seja.
A Arte não está
desvinculada da sociedade da qual faz parte e tem o livre direito de expressão,
como toda e qualquer manifestação.
Não podemos aceitar
falsos moralismos.
Não permitamos que
este momento cruel, pleno de repressões subjetivas, nos tornem culpados de algo
que a Arte não é.
Não admitamos as fake news as pós-verdades!
Queremos especificar
nosso lugar de fala e estar em comum ao artista da dança Wagner Miranda
Schwartz.
Afirmamos o seu
estado de nudez como uma única possibilidade para o trabalho apresentado.
Uma nudez como um
figurino.
Uma qualquer
cobertura seria uma hipocrisia!
Não deixemos que uma
pulsão de vida seja tornada uma pulsão de morte!
Não deixemos que o
corpo seja visto como uma arma de violação!
Ataque à rejeição do
corpo!
Amamos o corpo.
Nudez como
conhecimento. É crua, bruta.
Qualquer sexo para a
nudez é possível.
Sexo sem
sexualização.
Uma nudez que cabe.
Uma nudez sem idade,
por isso cabe criança, cabe adolescente, cabe jovem, cabe adulto, cabe idoso.
Uma nudez de relação
entre gerações.
Uma nudez em estado
de ludicidade!
Nudez
como potência.


Nudez como estado no
mundo, como animal humano, como bicho, como La Bête.