quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Tu


            Embala-me com o teu sexo e desabotoa com a tua boca os versos que acariciam as minhas palavras; morde, morde-me o desejo e o desespero; semeia-me como se fosse eu a tua terra, as letras do teu nome e a casa do teu gozo.

Cárcere do Ser

Meus grandes amigos, agradeço a companhia de vocês no meu Blog Biricuticu´s, e gostaria de convidá-los à conhecerem meu novo Blog, Cárcere do Ser, voltado à Literatura, Críticas, etc...
O Biricuticu´s ficará voltado mais para meu lado musical, mas gostaria de tê-los comigo em meus dois refúgios...

http://carceredoser.blogspot.com/

Com um grande abraço,
Alexandre Pedro

Motivo, Cecília Meireles


Motivo
Cecília Meireles
Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
- não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
- mais nada.

Comer Rezar Amar

é um filminho para ver domingo à tarde, enrroscada numa manta, sofá, lareira acesa. mas fui vê-lo ontem, com a Carla. já tinha lido o livro, há talvez um ano. nem literatura, nem manual de auto-ajuda. uma história verídica bem relatada. e com dicas interessantes sobre diversos assuntos. uma jornalista free-lancer que pôde interromper a vida que levava e ir em busca de uma outra, por três países: Itália, India, Indonésia. Liz [a belíssima Julia Roberts] acaba por encontrar em Roma o paraíso do dolce far niente [e que saudades me deu de Roma e das coisas que deixei por visitar; e da pizzaria que aparece no filme e onde não fui e queria tanto ter ido :(]; na India, a melhor forma de encontrar Deus dentro de si e, no Bali, um novo amor, Filipe [o charmosíssimo Javier Bardem]. um filme que vi com muitas saudades. saudades possíveis, saudades impossíveis. saudades a mais.

enfim. ando um pouco cansada de carregar com tantas saudades.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Escreva Aqui...O Que Essa Foto Te Fez Pensar Ou Sentir...

Definições definitivas...


Se tem uma tarefa dificil a cumprir, encarregue um preguiçoso de a fazer. Ele há-de descobrir um modo fácil de a fazer.

A Quem Interessa a Exclusão Social?

Será que existem - ainda - imbecis com saudades de cenas como essa?


A psicanalista gaúcha  Diana Corso publicou um artigo interessante no jornal Zero Hora de Porto Alegre hoje. O artigo "Saudosa Senzala" está abaixo.

Se alguns mais ricos, sem generalizações,  têm saudades da época da senzala e são contra politicas de inclusão social que se danem, porque não pode interessar a ninguém ver este país mergulhado na injustiça social, na pobreza,  miséria e na ignorância.

Os problemas causados pela pobreza afetam e muito os mais ricos, porque geram violência, poluição, insegurança e menos consumo. E tudo o que um capitalista mais deseja é ver mais e mais pessoas consumindo.O aumento da classe média deve ser festejado por todos, pois é politica de convergência e inclusão social.

No Brasil de hoje parece interessar muito mais a uma casta política que está no poder manter o povo na miséria e na alienação do assistencialismo e da esmola do que alguns setores mais endinheirados da sociedade.

Abaixo o bom artigo da Psicanalista Diana Corso:

Saudosa senzala

O Brasil mudou muito nesses últimos anos, e nem todos prestamos atenção ou nos demos conta, para bem ou para mal não somos os mesmos. Especialmente as classes C e D são as novas protagonistas num país que não estava acostumado com isso, agora elas compram, estão mais visíveis. Pequenos detalhes, como ter um telefone que era caro e difícil, hoje é barato e banal, estão acessíveis a geladeira nova, a TV maior, o trânsito está entupido por novos carros. Prestações e carnês enchem as lojas e esvaziam as prateleiras.


Entre os irritados com a conjuntura atual, encontram-se alguns economistas que, em seus termos misteriosos, fazem previsões de que pagaremos caro pelos dias de fartura. Sei lá, sou ignorante de suas sabedorias. Mas há outro tipo de gente incomodada com a situação atual, e esses, sim, me exasperam: são os viúvos do sistema de castas, que tinham um sem-número de pobres à mercê de suas roupas velhas, pequenas esmolas e favores de senhor da casa-grande. Essa senzala invisível está sendo erradicada do coração dos mais humildes, mas sobrevive na memória recente dos mais abastados e não é fácil abrir mão dela.

A diferença social fazia de qualquer remediado de classe média um senhor feudal, sua vida era mais admirável, seus bens mais reluzentes, seus filhos mais promissores. Hoje, o filho de uma empregada doméstica pode disputar vaga na universidade federal com o da patroa que estudou em escolas caras, graças ao sistema de cotas, o que enche esta última de indignação, e ambas podem ter o mesmo modelo de celular. Mesmo entre os intelectuais, uma miséria digna e consciente lhes parece mais atraente do que essas novas hordas de entusiastas consumidores, de quem lamentam a banalidade de horizontes.

Um ser humano se torna o que é porque outro lhe faz espelho, contraponto. A miséria de uns auxilia a que a imagem de outros pareça mais faustosa, são papéis que se complementam. Melhores índices de qualidade de vida em um país, portanto, não têm motivo para agradar a todos, mesmo que seja por motivos inconfessáveis, inconscientes. Estamos muito longe da igualdade social com que sempre sonhei, mas esse novo quadro, aliado ao fato de que os candidatos mais importantes neste pleito são oriundos das fileiras da luta contra a ditadura, me deixa de bom humor. Gosto de ver a política viva, embora ela costume aparecer apenas trajada de escândalos, prefiro-a paramentada de promessas. Além disso, nunca esqueço que as eleições diretas foram uma árdua conquista, por isso, elas ainda me produzem certa emoção, simplesmente por existirem.

Afinal, votar em quem ?

Este período que vem antecedendo as eleições de domingo próximo termina por ensinar várias lições. Lições antigas, mas nunca antes absorvidas em tempos de sufrágio. Num país acostumado à pouca popularidade de seus presidentes anteriores, a maior parte dos candidatos se “encostaram” na imagem do Lula, utilizando todos os meios possíveis, dos santinhos aos vídeos na TV, para angariar votos pelo efeito de osmose. Para os candidatos da situação isso ajudou. E muito. Para os de oposição foi um desastre facilmente previsível, mas que políticos oportunistas desdenhavam em seus discursos vazios. E tem sido assim que o eleitor, driblando a hipocrisia dos partidos, de suas coligações e de seus fisiologismos, dá sua resposta nas pesquisas. É por isso, por exemplo, que a Marina Silva subiu e o Serra baixou. A Marina pode ter um discurso ingênuo como o de uma freira, mas apresenta credibilidade em suas aparições, e fala coisas novas. O Serra pode ter a melhor das boas vontades, pode ser honesto e competente - como creio que seja -, mas não assumiu o discurso que lhe cabia: o discurso da oposição. O Brasil de hoje não tem mais oposição, e aqueles que a fazem sistematicamente sem apresentar propostas, são os mesmos que, ao mesmo tempo, na perspectiva confortável de conseguir votos a partir da popularidade do Lula, não se posicionam. Uma análise brilhante e bem concreta sobre este assunto foi feita pelo pensador e cientista político Demétrio Magnoli, há poucos dias num programa chamado Roda Viva. Ele dizia que em vez de Serra ressaltar que o Real foi cria do PSDB do Fernando Henrique, preferiu sublinhar que, se eleito for, vai dar continuidade aos programas do atual governo, tais como o bolsa-família, o bolsa-creche, o bolsa-não-sei-mais-o-quê... Ora, o eleitor deve pensar o seguinte: se o cara não tem mais nada a apresentar de novidade, e apenas vai dar continuidade ao que aí está, por que razão vou votar nele ? Prefiro um pássaro na mão a “meio” voando. A única chance concreta de que este discurso pudesse dar certo seria se ele viesse de alguém mais bonito do que o Lula, alguém mais sedutor, pelo menos. Mas, neste caso, o Serra, que é um homem que não ri, sempre naquela camisa azul de campanha, e nem um pouco sedutor, está longe de cativar votos. As pesquisas mostram no que está dando esta estratégia burra de campanha. Já vou dizendo que o meu voto é de Serra, mas que ele tem errado, ah, isso tem.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Definições definitivas...


A amizade começa quando, estando juntas, duas pessoas podem permanecer em silêncio sem se sentir constrangidas.

QUANDO O CORPO FALA....

Uma linda canção concordo. Mas será que seria um clássico universal, se não houvesse a maravilhosa interpretação do notável  Armstrong que além de cantá-la, interpretá-a com o corpo e mergulha fundo?! Para nos deliciarmos...
What a Wonderful World - Louis Armstrong

Com emoção
Sílvia

Desobediência


         Custa-me adormecer. Cada segundo é uma palavra perdida e sem corpo, um corpo sem eco e sem som, um som que deixou de viver, mutilado antes de chegar aos ouvidos. O silêncio não nos traduz, sabe que não somos letras e, quem quiser expressar-se, que assim o faça sozinho, mesmo que pareceça impossível e que ainda guarde, nas estantes, os  nossos mesmos livros.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Beirut - Elephant Gun



Gente, eu fiz um teste. E parece que deu certo. E por isso apareceu esse vídeo do grupo Beirut aqui no Mínimo Ajuste. Na verdade, não era para aparecer aqui, mas no meu depósito. Mas até que ficou bem e a música é interessante. Lembram da série Capitu da Tv Globo? Pois essa música, elephant gun, faz parte da trilha sonora. Ela embalava as danças de Capitu, enquanto Bentinho ainda não era Casmurro. Tudo a ver, elephant gun com Machado de Assis.

Scott Hamilton Star Dust

Definições definitivas...


Todos temos força suficiente para agüentar os infortúnios dos outros.

ADEUS...

ADEUS...
Existem palavras que ganham uma conotação fatalista e esta é uma delas... ADEUS.
Não sei se é uma característica do povo português, não sei! Não sou estudiosa de comportamentos, das estruturas do pensamento do ser humano, mas percebo que a conotação para a palavra Adeus é de uma despedida eterna, pois parece que estamos a encomendar a pessoa a Deus, daí soa pesado. Mas através da leitura do texto abaixo também percebi que A-DEUS pode significar ‘Deus te acompanhe – num sentido protetor. Desta forma o Adeus já não é uma palavra tão pesada. Essa associação é uma dificuldade adulta à delicadeza dos gestos infantis que simplesmente acenam suas mãzinhas para nos dizer um ‘olá’, ‘até mais’... ‘Logo você estará aqui para me encontrar’. Amei e estou colocando-o no Mínimo Ajuste para se desejarem, usar Adeus sob uma nova conotação... Até já!
TEXTO DE AZ:
Eu gosto da palavra ADEUS.

Soa-me bem e tenho orgulho em verbalizá-la sem preconceitos fatalistas ou conceitos supersticiosos.
Não a sinto como uma palavra de carga negativa ou mesmo definitiva.
Não concordo com a teoria de que ADEUS é a palavra mais triste para uma despedida.
Sabem porquê?
Porque o que me entristece é a separação das pessoas que eu gosto. O que me faz doer é distância e a ausência, não a palavra.
Gosto de usar a palavra ADEUS com alegria, com a esperança de um novo encontro. Gosto de pronunciá-la com sorrisos e com acenos de mão.
Como os bebês...
Sim... Como os bebês, ou já se esqueceram que esta é uma das primeiras palavras que aprendemos e ensinamos a pronunciar e a gesticular de um modo arrebatador a esses seres pequeninos que nos enchem de orgulho quando conseguem tal proeza?
Adoro vê-los de mãozinhas a acenar e só me enchem de boas energias.
Eu gosto da palavra ADEUS quando todos parecem fugir dela depois de atingiram a fase adulta.

Verbalizo-a nas minhas despedidas calorosas e carinhosas.

MZ

Blog: Afectos e Dúvidas
http://amarzita62.blogspot.com/
Acenando um Adeus de 'até já',
Sílvia

Pássaro


Do pássaro nem as asas
nos pertencem. O que delas
se conhece é o gesto
oblíquo do seu vôo
perseguido e as formas
que as penas inventam. É de lá
que irrompem os olhos, as pernas
e os seios destas figuras
transfiguradas.


Albano Martins

Ethan Winer



http://www.ethanwiner.com

domingo, 26 de setembro de 2010



Cena 3

A luz azulada
eterniza o fim da tarde.
O rapaz muito branco, forte, as veias afloradas.
Discreto, mais um entre muitos no coral da faculdade.
Ela não repara em sua voz de tenor. A moça olha
como se navegasse por suas veias azuis.
Em um bar, o beijo,
a proteção, o abraço.

...

Cena 2

A garota branca, cabelos curtos, o rosto desnudo.
Os lábios dele, macios, percorrem sem pressa
o rosto dela. Beijos suaves em cada pedaço.
Os olhos de ambos fechados.
Ao redor, um auditório lotado de adolescentes.
O ruído dos colegas cada vez mais distanciado.
Beijos suaves.


...

Cena 1

A moça branca, cabelos longos e os dedos
dele acarinhando seus cabelos.
A cabeça dela deitada no colo dele.
Os olhos dele desmanchando em ondas nos olhos dela.
A boca vermelha, carnuda, cantando baixinho só pra
ela: "Nada consigo fazer quando a saudade aperta..."

Martha Galrão
Georgia O'Keeffe
Rams head


Antes de Nascer o Mundo


 - És parecida com a Terra. Essa é a tua beleza.
 Era assim que dizia. E quando nos beijávamos e eu perdia a respiração e, entre suspiros, perguntava: em que dia nasceste? E me respondias, voz trémula: estou nascendo agora. E a tua mão ascendia por entre o vão das minhas pernas  e eu voltava a  perguntar: onde nasceste? E tu, quase sem voz, respondias: estou nascendo em ti, meu amor. Era assim que dizias.

Mia Couto.

Ajuste Musical ou Palavras doces que falam de encanto

Definições definitivas...


Os navios estão a salvo nos portos, mas não foi para ficarem ancorados que eles foram criados.

Libertem Os Urubus...


Primeiro dia da Bienal de São Paulo...terminou em confusão...15 ativistas protestaram no local contra a obra "Bandeira Branca"...do artista Nuno Ramos...em que três urubus ficam em um viveiro...sem comida e água...um dos ativistas pichou a frase "Liberte os urubus" e acabou detido...tal qual um urubu...

O tema dessa Bienal...é..."Há Sempre Um Copo de Mar Para Um Homem Navegar"...é a 29ª Bienal de São Paulo...e abriu neste sábado...dia 25, e ficará até o dia 12 de dezembro...O evento fica no Pavilhão Cicillo Maarazzo, no portão 3 do Parque do Ibirapuera...

Por que...para protestar...o artista...Nuno Ramos...não se enjaula...
tal qual um urubu..?
e olha...que eu gosto muito das inspirações dele...
mas essa...é INFELIZ...
E para você...?
Ainda acha certo usar animais...como se fossem coisas...?

sábado, 25 de setembro de 2010

Definições definitivas...


O casamento é a maneira de um homem descobrir que tipo de marido sua mulher teria preferido.

Uma poesia

"Aflição de ser eu e não ser outra.
Aflição de não ser, amor, aquela
que muitas filhas te deu, casou donzela
e à noite se prepara  e se adivinha
objeto de amor, atenta e bela.

Aflição de não ser a grande ilha
que te retém e não te desespera.
(A noite como fera se avizinha)

Aflição de ser água em meio à terra
e ter a face conturbada e móvel.
E a um só tempo múltipla e imóvel

não saber se se ausenta ou se te espera.
Aflição de te amar, se te comove.
E sendo água, amor, querer ser terra."

Hilda Hilst

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Escreva Aqui...O Que Essa Foto Te Fez Pensar Ou Sentir...

Definições definitivas...


Não importa com quem você se case, sempre acorda casada(o) com outra pessoa.

Como dar a volta ao mundo...



Preste atenção no preço do ticket de avião para dar a volta ao mundo. É surpreendentemente barato!

Os brasileiros - Cena 14

"Paisagem com bananeira", de Cândido Portinari


Dois em cada três brasileiros já fumaram maconha. Três em cada cinco brasileiros acreditam em Deus. Cinco em cada oito brasileiros morderam a hóstia durante a comunhão. Oito em cada treze brasileiros preferem sexo anal. Treze em cada dezessete brasileiros habilitados pensaram em jogar um carro no poste só pra ver o que acontece. Dezessete em cada vinte brasileiros não sabem que o Homem da Terra de Marlboro é um ator. Vinte em cada vinte e dois brasileiros não têm terra. Vinte e dois em cada vinte e três brasileiros têm certeza que seu azar é específico.



" Cenas de descobrimento de Brasis" , de Fernando Bonassi, escritor e cineasta nascido em São Paulo, em 1962.

J. G. De Araújo Jorge


A SÓS
.
A sós
como duas gaivotas
na solidão do céu,
em pleno mar,
sonhando no ar...
A sós,
lado a lado, sem alarde,
como dois pássaros num alto ramo,
ao cair da tarde...
A sós
como duas mãos quando se procuram
e se encontram,
sem voz...
Como eu e tu
quando somos nós
a sós...

.
J. G. de Araújo Jorge (poeta brasileiro)

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Tadinho do Tigrinho


Essa foto do Boston Globe não é montagem, é verídica. Esse filhote de tigre foi encontrado - nesta mala com outros tigres de pelúcia - quando uma mulher tentava embarcar de Bangkok para o Irã, no dia 22 de agosto de 2010. Ela foi flagrada no raio X do aeroporto.

Definições definitivas...


Maridos e esposas não se entendem um com o outro porque são de sexos diferentes...

ERA UMA VEZ UMA ESCOLHA


Era uma vez uma jovem cheia de vida. Leve, feliz. Apreciava a liberdade. Pensava no dia de hoje. Era uma apaixonada. Por pessoas, lugares, momentos. Ela era a primavera, era o sol, era um pássaro. O tipo de pessoa que todos gostavam de ter por perto. Era agradável, e se importava verdadeiramente com os outros. Via-se muito pouca tristeza em seu olhar. Um dia encontraram-se, eram opostos. Apaixonaram-se. Os anos passaram, e as diferenças foram perdendo o encanto. Tanta segurança a sufocou. Aquele ar sério, antes charmoso, passou a irritá-la. Seu olhar, que antes era protetor, agora a condenava. Ainda o amava, mas o deixou porque sentia que a vida estava acontecendo longe dali. Ele, centrado, fez questão de esquecer as mágoas, de reconstruir sua vida da forma mais normal possível. E mais uma vez o tempo passou. E ela viu-se sozinha, porque perdida por vontade própria em seus sonhos, esqueceu de construir. Não tinha ninguém para compartilhar sua história, pois sua trajetória até agora fora feita de começos, e finais dispersos. Sentiu medo. E lembrou-se do amor que teve. Que teria até hoje se tivesse aprendido a voar, e voltar. Somente agora ela conseguia perceber que não vivera aqueles anos em uma gaiola, mas em um ninho. Mas era tarde, muito tarde. E sabe, amor inacabado, com final apenas pressuposto, dura muito tempo. Às vezes uma vida inteira. Aquela sua escolha de anos atrás, na época um grito de liberdade, passou a ser a culpada por todo o vazio que agora experimentava. A impossibilidade de ter novamente o amor daquele homem imperfeito e que tinha os pés tão no chão a paralisou. Ela já não existia mais. Ela era apenas uma lembrança do que havia sido naqueles anos. Uma lembrança, tão remota e esmaecida, quando posta ao lado do arrependimento que sentia. Era uma vez uma senhora no fim da vida. Que tinha sido feliz apenas uma vez. A liberdade agora era inútil. Pensava demais no passado. A paixão exauriu-se de sua alma. Ela era o outono, era o sol fraco de um dia frio, era um pássaro que não mais cantava, e voava somente ao redor de um lugar conhecido. Naquele dia, viu-se muito pouca tristeza em seu olhar. Viu-se apenas um bilhete “Eu sempre vou te amar.” Banhado em sangue.

Monólogo de uma cultura florida.

Porque teimas em florir em verdes campos desertos, singela planta comestível, se não é esse teu papel. Porque te embelezas, se na natureza apenas o caldeirão quente dos temperos te espera?
Germinas em fecunda terra, de agua e sol te alimentas e transformas um reino noutro , sem pedir licença a um Deus para dares vida ao inerte.
Quem te disse que as flores te transformam em algo que não és? Tu, nutriente enterrado em raizes que pouco mais fazes que chamar a atenção para que te venerem, não percebes que o teu verdadeiro valor se perde em vão, quando é nas fomes que alimentas que tens teu dom.
Perco palavras contigo nobre couve, quando apenas em silêncio me escutas, ignorando meus pensares. E em silêncio permaneces, ornamentada com flores perenes que te alimentam a vaidade e apenas me enchem o olho, quando é verdadeiro o alimento que preciso.

Um Copo de Cólera


"Ninguém dirige aquele que Deus extravia"

" não vejo diferença entre um redator-chefe e um chefe de polícia, como de resto não há diferença entre dono de jornal e dono de governo "

" só usa  a razão quem nela incorpora suas paixões "

" o que conta mesmo na vida é  a qualidade da descida "

" impossível ordenar  o mundo dos valores, ninguém arruma a casa do capeta "

" e eu ali, de olhos sempre fechados, ainda pensava em muitas outras coisas enquanto ela não vinha, já que a imaginação é muito rápida ou o tempo dela diferente, pois trabalha e embaralha simultaneamente coisas díspares e insuspeitadas "

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Joe Dassin...Et Si Tu N'Existais Pas...



Et si tu n'existais pas
Dis-moi pourquoi j'existerais
Pour traîner dans un monde sans toi
Sans espoir et sans regret

Et si tu n'existais pas
J'essaierais d'inventer l'amour
Comme un peintre qui voit sous ses doigts
Naître les couleurs du jour
Et qui n'en revient pas

Et si tu n'existais pas
Dis-moi pour qui j'existerais
Des passantes endormies dans mes bras
Que je n'aimerais jamais

Et si tu n'existais pas
Je ne serais qu'un point de plus
Dans ce monde qui vient et qui va
Je me sentirais perdu
J'aurais besoin de toi

Et si tu n'existais pas
Dis-moi comment j'existerais
Je pourrais faire semblant d'être moi
Mais je ne serais pas vrai

Et si tu n'existais pas
Je crois que je l'aurais trouvé
Le secret de la vie, le pourquoi
Simplement pour te créer
Et pour te regarder

Et si tu n'existais pas
Dis-moi pourquoi j'existerais
Pour traîner dans un monde sans toi
Sans espoir et sans regret

Et si tu n'existais pas
J'essaierais d'inventer l'amour
Comme un peintre qui voit sous ses doigts
Naître les couleurs du jour
Et qui n'en revient pas

Definições definitivas...


O único argumento real a favor do casamento é que ele continua sendo o melhor método para se conhecer alguém.

José Antonio Labordeta (1935-2010)



Somos
como esos viejos árboles
batidos por el viento
que azota desde el mar.

Hemos
perdido compañeros
paisajes y esperanzas
en duro batallar.

Vamos
a echar nuevas raíces
por campos y veredas,
para poder andar

tiempos
futuros y anhelados,
de manos contra manos
que es la fraternidad.


Somos
como la humilde adoba
que cubre contra el tiempo
la sombra del hogar.

Hemos
perdido nuestra historia
canciones y caminos
en duro batallar.

Vamos
a echar nuevas raíces
por campos y veredas,
para poder andar

Vamos
hundiendo en las palabras
las huellas de los labios
para poder besar

Somos
igual que nuestra tierra
suaves como la arcilla
duros del roquedal.

Hemos
atravesado el tiempo
dejando en los secanos
nuestra lucha total.

Vamos
a hacer con el futuro
un canto a la esperanza
y poder encontrar

tiempos
cubiertos con las manos
los rostros y los labios
que sueñan libertad.

Somos
como esos viejos árboles.


José Antonio Labordeta es un escritor y cantante español, oriundo de Zaragoza. En 1976 participó de la creación del Partido Socialista de Aragón. Publicó nueve libros de poesía, cuatro entre cuentos y novelas,y libros de viajes como Aragón en la mochila,20 discos y tres libros de memorias.
Aquejado por el cáncer que lo llevó el 19 de septiembre de 2010,su último libro se titula Regular, gracias a Dios.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Viva o Rio Grande do Sul

20 de Setembro - Dia do Gaúcho -
Minha homenagem a esse povo que sabe preservar suas tradições.






NO CLAMOR DA LIBERDADE
SÃO RESQUICIOS DE SAUDADE
DE UM POVO APAIXONADO
QUE AMA SUA QUERÊNCIA
ONDE AS CORES DA EXISTÊNCIA
SÃO O BRANCO E O COLORADO

LA NOS BAILES NA FAZENDA
ONDE O PEÃO E A PRENDA
DE BAIXO DE UM CÉU AZUL
DEIXAM ROLAR A PAIXÃO
E BRINDAM COM O CHIMARRÃO
VIVA O RIO GRANDE DO SUL.


VAINER OLIVEIRA DE ÁVILA

20 de Setembro de 1835 - Início da Revolução Farroupilha -


Hoje é a data máxima para os gaúchos. Neste dia eles celebram os ideais da Revolução Farroupilha.
O Rio Grande do Sul foi palco das disputas entre portugueses e espanhóis desde o século XVII. Na idéia dos líderes locais, o fim dos conflitos deveria inspirar o governo central a incentivar o crescimento econômico do sul, como pagamento às gerações de famílias que se voltaram para a defesa do país desde há muito tempo. Mas não foi isso que ocorreu.A Revolução Farroupilha, também é chamada de Guerra dos Farrapos ou Decênio Heróico (1835-1845), eclodiu no RS e configurou-se, na mais longa revolta brasileira.O estado do Rio Grande do Sul vivia basicamente da pecuária extensiva e da produção de charque, que era vendido para outras regiões do País. No início do século XIX, a taxação sobre o charque gaúcho tornava o produto pouco competitivo, e logo o charque proveniente do Uruguai e da Argentina passou a abastecer esta demanda. Alguns estancieiros, em sua maioria militares, propuseram ao Império Brasileiro (na época governado pelo Regente Feijó), novas alíquotas para seu produto, a fim de retomar o mercado perdido para os vizinhos do Prata. A resposta não foi nada satisfatória. Indignados com o descaso da Corte e cansados de ser usados como escudo em várias guerras na região, os gaúchos pegaram em armas contra o Império.Um dos pontos altos foi a tomada de Laguna, em Santa Catarina com a ajuda do italiano Giuseppe Garibaldi, em 1839. Finalmente os farroupilhas tinham um porto de mar. Ali foi fundada a República Juliana (15 de julho de 1839). Após dez anos de batalhas, com Bento Gonçalves já afastado da liderança e com as tropas já muito desgastadas, os farrapos aceitam negociar a paz. Em fevereiro do 1845 é então selada a paz em Poncho Verde, conduzida pelo general Luís Alves de Lima e Silva. Muitas das reivindicações dos gaúchos foram atendidas e a paz voltou a reinar no Brasil.Entre os principais líderes, destacam-se: Bento Gonçalves, Davi Canabarro, Giuseppe Garibaldi, Antônio de Souza Neto, Gomes Jardim e Lucas de Oliveira.

Escreva Aqui...O Que Essa Foto Te Fez Pensar Ou Sentir...

Driving.



Só com piano. Calmo, muito calmo.

Definições definitivas...


O casamento tem muito de um circo; não existe nele tudo quanto anunciado na propaganda.

Mudar a Vida!


Deixo aqui um texto de Maria de Lourdes Pintasilgo*, publicado inicialmente no Boletim do Graal n.º 1, em 1978. Este é um dos escritos a que recorro frequentemente, pois vejo as suas palavras como uma bússola que, nas alturas mais difíceis, auxilia a minha orientação na grande selva que este mundo é.
Mudar a Vida!
De todos os lados nos vem o convite à estabilidade, à segurança, ao já conhecido, aos terrenos firmes, ao ideal entrevisto. Por todos os meios nos atrai e nos paralisa o mito do eterno retorno. Transformações à nossa volta? Sem dúvida, desde que elas nos conduzam ao eu ideal que imaginamos, à imagem de nós próprios que, ao longo dos anos, cuidadosamente formamos.
Deixamos assim de longe a única via pela qual horizontes novos se podem rasgar: aquela em que escolhemos percorrer o próprio trilho da mudança. E quando digo que escolhemos percorrer esse trilho, não estou a imaginar um caminho linearmente percorrido sem perigos nem desvios. Pelo contrário, no caminho da mudança, seremos ossos encharcados debaixo da chuva, seremos gestos descontrolados nas areias movediças, seremos passos indecisos a contornar rochas de granito.
Quantas vezes falamos de mudança de estruturas e de instituições, opondo essa mudança, numa espécie de antinomia inevitável, à mudança de mentalidades que queríamos ter visto operar, pela obra mágica do nosso verbo e das nossas incitações, para concluirmos (pacificante conforto!) que nada se podia fazer sem que se mudassem as estruturas. Quando finalmente as estruturas nos vieram parar às mãos verificamos que não éramos senão aprendizes de feiticeiro: não as soubemos desmantelar porque não conhecíamos as engrenagens escondidas; não as pudemos reorganizar porque não tínhamos alternativa viável a opor à sua gigantesca irracionalidade; não as pudemos deixar cair como mero anacronismo da história, porque não tínhamos delineado o projecto das estruturas novas que as substituiriam, superando-as e anulando-as. E quando reconhecemos que o aparelho institucional se agitou, tremeu, mas permaneceu inalterável nos seus vícios, na sua burocracia e na sua inutilidade, dissemos então que o que importa é mudar as mentalidades!
Passageiras são as estruturas, plasmáveis as mentalidades. Por entre o feito mecanicista de umas nas outras (mentalidades obscurecidas por estruturas aniquilosadas; estruturas inoperantes por mentalidades embrutecidas) brota a esperança duma outra relação, que não é senão o dinamismo da própria vida.
Por isso, a grande empresa não é o plano pensado e repensado, a estrutura gigantesca que, com os seus tentáculos, tudo vai abafar, nem a mentalidade renovada, adaptada, ajustada, conformada. A grande empresa é mudar a vida!


* Maria de Lourdes Pintasilgo, entre muitas outras coisas, numa vida inteiramente dedicada à causa pública, chefiou o V Governo Constitucional de Portugal, entre 31 de Julho de 1979 e 3 de Janeiro de 1980. Para saber mais sobre esta mulher extraordinária e pioneira, nada como consultar o Arquivo Pintasilgo.

A Varanda do Frangipani


                       " Me custa chamar lembranças. Porque a memória me chega rasgada, em pedaços desencontrados. Eu quero a paz de pertencer a um só lugar, eu quero a tranquilidade de não dividir memórias. Ser todo de uma vida. E assim ter a certeza que morro uma única vez. Custa-me ir cumprindo tantas pequenas mortes, essas que apenas nós notamos, na íntima obscuridade de nós."
Do livro  A Varanda do Frangipani. Mia Couto.

domingo, 19 de setembro de 2010

COMPARAÇÃO

Gerana Damulakis

Adoro observar comportamentos, ler histórias, criar histórias (criar histórias que ficam no meu imaginário, elas não chegam ao papel - para tanto, há os escritores) e vou dando mais e mais razão a Oscar Wilde com sua máxima:

A vida imita a arte muito mais do que a arte imita a vida.

Ilustração: Salvador Dalí.

Frida Kahlo...



"Bebo para afogar as mágoas...Mas as danadas aprenderam a nadar"

frase de Frida Kahlo

sábado, 18 de setembro de 2010

Escuna


Doce roteiro
Aquele em que navego
Tripulante
Da escuna leve de teu corpo

A me envolver na espuma
Flutuante
Ondulante
De um prazer sem fim.


Antonio José Giacomazzi

Vladimir Batista/Amado Nabokov







Lolita, luz da minha vida. Labareda da minha carne. Minha alma, minha lama. Lo-li-ta: a ponta da língua descendo em três saltos pelo céu da boca para tropeçar de leve, no terceiro, contra os dentes. Lo-li-ta
Lolita, luz da minha vida, labareda da minha carne. Minha alma, minha lama. Lo-li-ta: a ponta da língua descendo em três saltos pelo céu da boca para tropeçar de leve, no terceiro, contra os dentes. Lo. Li. Ta.

Pela manhã ela era Lô, não mais que Lô, com seu metro e quarenta e sete de altura e calçando uma única meia soquete. Era Lola ao vestir os jeans desbotados. Era Dolly na escola. Era Dolores sobre a linha pontilhada. Mas em meus braços sempre foi Lolita.

Será que teve uma precursora? Sim, de fato teve. Na verdade, talvez jamais teria existido uma Lolita se, em certo verão, eu não houvesse amado uma menina primordial. Num principado à beira-mar. Quando foi isso? Cerca de tantos anos antes de Lolita haver nascido quantos eu tinha naquele verão. Ninguém melhor do que um assassino para exibir um estilo floreado.






Lolita, luz de mi vida, fuego de mis entrañas. Mi pecado, mi alma. Lo-li-ta: la punta de la lengua emprende un trayecto en tres etapas a través del paladar e impacta, en la tercera, contra los dientes. Lo. Li. Ta.

Era Lo, Lo a secas, de mañana, con su metro cincuenta y una sola media. Era Lola en pantalones. Era Dolly en la escuela. Era Dolores sobre la línea punteada. Pero en mis brazos, era siempre Lolita.

(Vladimir Nabokov, Lolita)

Juan Carlos Oviedo, Che esperanza poraité




Juan Carlos Oviedo -Nació en Itacurubí de la Cordillera el 4 de noviembre de 1947. De niño aprendió a cantar y a tocar la guitarra con Aniceto Coronel en Ypacarai. En 1957 debutó en radio Guaraní con el acompañamiento de la orquesta típica de los Hermanos Vázquez. En 1963 fué finalísta del Primer Festival Nacional del Folklore organizado por Radio Ñandutí, al año siguiente formó parte del trío Armonía; luego en 1966 de Los Zorzales Guaraníes con el que participó de giras por el Brasil, Bolivia y Perú. En 1968 formó el dúo de oro Oviedo-Barreto con el que se presentó hasta 1984. Posteriormente formó el grupo Juan Carlos Oviedo y los Hermanos Acuña. Grabó más de veinticinco discos de larga duración.
Fuente: Diccionario de la música en el Paraguay por Luis Szarán en http://www.luisszaran.org

Rita Lee ... On The Rocks ... Rock in Rio ... 1985



On The Rocks...
Rita Lee e Roberto De Carvalho

Passo o dia inteiro imaginando meu bem
Na cama, no chuveiro, no trampo, sempre tão blasé
É uma neurose,
Uma overdose,
Sou dependente do amor!
Meus amigos dizem que essa coisa vicia
Andaram até jurando que era anorexia
É uma neurose,
Uma overdose,
Sou dependente do amor!
Babe, meu coquetel de paixão
Com mel e limão
On the rocks, on the rocks, on the rocks...

Escreva Aqui...O Que Essa Foto Te Fez Pensar Ou Sentir...

Ferreira Gullar é Prêmio Camões 2010

Ferreira Gullar é Prêmio Camões 2010
O escritor brasileiro Ferreira Gullar é o vencedor do Prêmio Camões 2010.
O júri revelou que o prêmio foi disputado entre o autor brasileiro e a portuguesa Hélia Correia. Ferreira Gullar ainda não foi informado da atribuição do prêmio uma vez que, até ao momento, não foi possível contatá-lo.
Nascido em 1930, no Maranhão, Ferreira Gullar é o pseudônimo de José Ribamar Ferreira. Em Portugal a sua obra está publicada pelas Quasi Edições.
O prêmio, anunciado há minutos pela ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, vem distinguir o poeta, crítico de arte, biógrafo, tradutor, argumentista de teatro e televisão, memorialista e ensaísta brasileiro.
Vencedor por duas vezes do Prêmio Jabuti (1999 e 2007), Gullar foi ainda indicado ao Nobel em 2002.
O escritor octogenário recebe assim a mais alta distinção literária atribuída a um autor de língua portuguesa. Esta é já a vigésima segunda edição do prêmio que distingue toda a obra de um autor, com cem mil euros.
O júri desta edição foi presidido por Helena Buescu, professora da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, e composto por José Carlos Seabra Pereira, professor associado da Universidade de Coimbra, Inocência Mata, professora santomense de Literaturas Africanas na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, e professora convidada em várias universidades brasileiras e norte-americanas, Luís Carlos Patraquim, escritor e jornalista moçambicano, António Carlos Secchin, escritor e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro e ainda pela escritora brasileira Edla van Steen.
Com Gullar o número de escritores brasileiros galardoados passa a ser nove. O último escritor vencedor do Prêmio Camões foi o cabo-verdiano Armênio Vieira (2009). Nos anos anteriores foram distinguidos o brasileiro João Ubaldo Ribeiro (2008) e o português António Lobo Antunes (2007)
O Prêmio Camões foi criado por Portugal e pelo Brasil em 1989 e é o maior prêmio de prestígio da língua portuguesa. O objetivo é distinguir um escritor cuja obra contribua para o projeto e o reconhecimento da língua portuguesa.
Na primeira edição do prêmio (em 1989), o escritor distinguido foi o português Miguel Torga.
SOL
http://canais.sol.pt/paginainicial/cultura/interior.aspx?content_id=174394

Traduzir-se
Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.

Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.

Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.

Uma parte de mim
almoça e janta:
outra parte
se espanta.

Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.

Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.

Traduzir uma parte
na outra parte
— que é uma questão
de vida ou morte —
será arte?
Ferreira Gullar
De Na Vertigem do Dia (1975-1980)
Com orgulho,
Sílvia

Inimigos


Bento ou Benedito XVI
Tadinha da Elisabeth II
George W. Bush
O "companheiro" Ahmadinejad
Fernando Henrique Cardoso, o FHC
 Lula, o pop presidente

Esse polêmico trabalho é de Gil Vicente, da série inimigos que está sendo exposto na Bienal de São Paulo. E a OAB-SP - francamente - intimou o presidente da Fundação Bienal de São Paulo, Heitor Martins, para retirar esse trabalho da amostra. O pedido foi recusado.

Definições definitivas...


Quando os homens são puros, as leis são desnecessárias; quando são corruptos, as leis são inúteis.

Difícil esta...

Sabem quando é que os americanos comeram carne pela primeira vez?

Foi quando la chegou o cristovão co-lombo...

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Origami

Origami - arte na dobradura de papel.E apenas com uma nota de 1 US$ ( um dólar), mostra sua originalidadeem usar uma só peça de papel.A sua arte constitui o valor acrescentado.E faz coisas interessantes como estas...






A Natureza


A Natureza é um poema,
e nós, homens, com nossa arrogância,
temos que parar de pensar que
somos a parte mais importante dela
– somos apenas uma sílaba.


Gregory Colbert

A Cereja do Bolo


Hoje eu disse para mim mesmo:  vou postar algo no Mínimo Ajuste, porque faz tempo que não faço isso. E, pois, aqui está, uma postagem, apenas uma postagem.

Poderia colocar uma música, uma foto, um texto, uma poesia. Pensei em Miguel Torga ou meu conterrâneo Mario Quintana, mas já postei algo deles por aqui e não quero me tornar -- algo assim como -- repetitivo.

Ou, quem sabe,  poderia deixar essa postagem  assim, sem conteúdo ou sem chantily.

Mas é sempre importante colocar uma cereja no bolo e, portanto, ai está.

Pronto, a postagem está pronta.

O Principio dos Labirintos (ou O Primeiro Texto)

.

Na linha das fronteiras também existe um eu, um tu; também se constroem segredos que se tomam o caminho de todas as estórias, das que se alimentam deuses e demónios, esses afilhados dos homens que querem dormir mas não sabem como sonhar. Na linha imaginária do eu que sou tu, ou vice-versa, aprende-se na escola primária das palmas da mão que não se deve resistir ao tempo, seja de partida ou de chegada; tanto faz que seja dia de santo ou dia de temporal, que na linha onde residem o eu e o tu, nascem, crescem e morrem os dias que passam por aqui e deambulam por aí, até se cansarem das preces de quem passa e não pára nem num lado, nem noutro, porque a linha das fronteiras não pertence a lado nenhum e aí repousam os dias de quem se esqueceu de viver, fosse apenas por esquecimento ou preguiça. “Aqui não há tempo, ‘ilho, aqui há miséria para homem degustar!...”, adverte-me por vezes o Salvo Conduto, o velho que parece ter a idade do tempo nos seus primeiros dias, “… a vida é latrina para morto cheirar e vasculhar; verdadeiro vivo não se preocupa com tempo para gastar; gasta tempo sem cuidar que já não tem crédito junto do Senhor Bendito seja lá em cima, que nós cá por baixo padecemos!”; creio já te abordou da mesma forma, com tanta ou mais certeza, mas o tempo faz turvar as formas mais breves da memória, para que se distenda pelas rodeiras da pele dos que sobrevivem sem faltas, tanto como resistem sem abundâncias: “Coisas, são brincadeiras para que homem não se esqueça que já foi menino, mas como sempre faz batota e quer mais que a profundeza dos seus bolsos; com paciência, na terra que não pertence a ninguém, tudo se transforma em abundância: o pouco é muito, o nada é quase tudo, o que não existe faz de nós, ‘ilho, pobres demais para conhecer a desgraça da miséria: essa é puta fina que se cola na camisa dos mestres-de-obras do Diabo, que esteja lá em baixo em paz, que por aqui tem muitos e bons trabalhadores por sua conta.” Divaga muito o Salvo Conduto, velho de outras idades, bússola sem Norte ou Sul, que nos orienta pelas linhas, tantas como os rios que riscam a terra, e tanto, tanto fala que pudesse o dia ter vinte e quatro horas e as suas advertências contar-se-iam como os minutos que se reúnem em final de jornada para o seu acerto de contas, junto do seu livro onde apenas se anotam os rascunhos na coluna do Haver, que os balanços, seja obra por quem tenha discernimento para equilibrar o que não faz sentido; os loucos que tratem da coluna do Deve, nesse livro de Contas e Habilidades. Tratem os Filósofos e os Geómetras, os Historiadores e os Génios da Medicina, esses Catedráticos das idiotices do mundo, desses oitenta trabalhos do demónio, oleiro de todo o mundo que passa nas margens das fronteiras e que nem se sabe onde começa, nem se suspeita que onde acabe, quanto mais se em lado algum!

Na linha das fronteiras, há sempre lugar para mais um, ainda que já existam um eu, um tu e uma aldeia em miniatura, onde se reúnem os mentirosos que já atravessaram sete mares sem terem molhado um pé que fosse, onde se reúnem os desgraçados que se deixaram perturbar pelo amor e essas coisas do tipo e etcetera, acreditando que para o puro todas as coisas seriam puras, onde as moradas iludem todos os carteiros do mundo, que acreditam no nome das ruas, como as crianças no pote de ouro no arco onde se esconde o arco-iris. Este lugar não tem nada demais, nem nada de menos; apenas alguns nadas, mal classificados e ordenados à pressa, que coisas mais prementes têm os homens em mente.

Neste lugar, e deixem que vos alerte para tal fortuna, se existem estradas, não se conseguem encontrar; mas existem buracos escondidos por muitas pedras, que com o tempo se perderam por aqui. Existem linhas por onde nos cremos orientados, ainda que sejam tão constantes como as mais profundas crenças do homem que se deixou abandonar, em silêncio, na farta terra do nada; há muito por construir onde nada existe, e como tal, só essa pode ser a Fronteira Prometida, o lugar onde o eu e o tu sempre se podem encontrar, sem que sejam necessários compromissos ou promessas de trocas eternas, o que é uma forma de evitar os litígios e a discórdia que trazem todos apertos selados pela mão do homem; “Se procurares bem, ainda há uma estrada que traz os muitos poucos até este sitio, mas como é estrada de e para sitio nenhuma, ‘ilho, esconde-se aos olhos de quem acredita que só pelos caminhos se conhece mundo e pelas margens das linhas das fronteiras, ele se divide. Deixa para os néscios que não sabem por onde haverão de fugir, as estradas do mundo; tarde ou cedo saberão se procuram o que não sabem onde encontrar ou se fogem de si próprios, onde nunca quiseram ficar, mas a cobardia não os permitiu ir mais longe. Tarde ou cedo, passam por aqui, mas raramente sabem que há sempre lugar para mais um, nessa linha imaginária que se destrói tanto mais quanto a queres delimitar. Deixa lá, um mundo feito em sete dias também não poderia sair grande coisa, não é?”


18 de Janeiro 2009

[aparte breve: este, para o bem e para o mal, foi o primeiro texto que editei num blog, no Na Linha das Fronteiras. A imagem é a reprodução dum trabalho de Erik Johansson]

porque o outono está a chegar

[novo caminho musical...não conhecia e estou a gostar de conhecer...]

Definições definitivas...


Não é que o crime não compense. É que quando compensa muda de nome.

As melhores fotos de astronomia do ano.

As melhores fotos de astronomia do ano O Observatório Real de Greenwich, em Londres, anunciou nesta semana os vencedores do concurso Astronomy Photographer of the Year 2010, que premiou as melhores imagens ligadas à astronomia
O grande vencedor do concurso foi o americano Tom Lowe, que recebeu o prêmio de mil libras (cerca de R$ 2.635) pela foto Blazing Bristlecone, que mostra a Via Láctea atrás de um pinheiro de mais de 4 mil anos em Sierra Nevada, na Califórnia.
"Essa linda imagem combina perfeitamente a impressionante vista do céu noturno com a vida aqui na Terra. Os pinheiros podem ser antigos, mas são bebês se comparados com as luzes das estrelas que brilham atrás deles, algumas das quais começaram sua viagem até nós há quase 30 mil anos", comenta um dos juizes do prêmio, o astrônomo Marek Kukula.
Outras duas dezenas de imagens receberam prêmios ou menções honrosas em seis categorias diferentes.
Entre os premiados estão um círculo perfeito formado por um eclipse solar, captado pelo indiano Dhruv Arvind Paranjpye, de apenas 14 anos, uma imagem da nebulosa de Órion feita pelo americanor Rogelio Bernal Andreo e a passagem de raios solares em uma fenda numa rocha na praia californiana de Pfeiffer, retratada pelo americano Steve Christenson.
Este é o segundo ano que a competição, organizada pelo Observatório Real de Greenwich e pela revista Sky at Night, é realizada, Mais de 400 imagens, de fotógrafos de 25 países diferentes, foram enviadas.
As melhores imagens estão em exposição no Observatório Real de Greenwich, no sudeste de Londres, até fevereiro de 2011.
A Via Láctea através de um pinheiro
Esta foto do americano Tom Lowe, 'Blazing Bristlecone', mostra a Via Láctea atrás de um pinheiro antigo. Ela foi a vencedora do concurso Astronomy Photographer of the Year 2010, do Observatório Real de Greenwich, na Grã-Bretanha. As fotos do concurso estão em exposição no observatório, em Londres, até fevereiro de 2011.se põe na Praia
'Photon Worshippers', de Steve Christenson, mostra o sol se pondo na praia de Pfeiffer com seus raios passando bem no meio da fenda na rocha, fenômeno que acontece apenas algumas semanas por ano. A foto foi a vencedora da categoria Pessoas e Espaço.


Eclipse total do sol
'Siberian Totality', do grego Anthony Ayiomamitis, foi tirada durante um eclipse total do sol. Os feixes de luz mostram a atividade solar além da superfície. A foto ganhou o primeiro prêmio na categoria Nosso Sistema Solar.
Galáxias se aproximam com força da gravidade
'The Whirlpool Galaxy (M51)', do britânico Ken Mackintosh, mostra a interação de duas galáxias, aproximadas pela força da gravidade. Com o tempo, a galáxia menor será destruída ou absorvida pela maior, num processo que pode levar milhões de anos. A foto foi a vencedora na categoria Melhor Iniciante.
O Sol se Põe na Praia Pfeiffer
'Photon Worshippers', de Steve Christenson, mostra o sol se pondo na praia de Pfeiffer com seus raios passando bem no meio da fenda na rocha, fenômeno que acontece apenas algumas semanas por ano. A foto foi a vencedora da categoria Pessoas e Estado.

Eclipse solar na Índia
Esta foto do indiano Dhruv Arvind Paranjpye, de apenas 14 anos, foi a vencedora na categoria Jovem Fotógrafo Astronômico. Ela mostra um eclipse solar na Índia em 2009. O círculo no meio da foto é a coroa solar, vista apenas durante um eclipse. O fotógrafo usou as nuvens escuras como filtro.
Aurora Boreal no norte do Canadá
Dave Brosha ficou com o segundo lugar na categoria Terra e Espaço com 'The Whsiper of the Wind', que mostra a Aurora Boreal em Kellowknife, no norte do Canadá, em abril de 2010. Os feixes de luz são visíveis quando partículas do Sol interagem com o campo magnético da Terra.
 












Aurora Boreal entre as Estrelas.
'Surrounded by Space', de Fredrik Broms, recebeu a menção honrosa na categoria Terra e Espaço. A imagem, feita em Kvaløya, no norte da Noruega, em outubro de 2009, mostra as luzes da Aurora Boreal entre as estrelas.
 
Lua Cheia nasce atrás do Templo de Poseidon
'Solstice Full Moon Rising at Sounion', de Anthony Ayiomamitis, também recebeu a menção honrosa na categoria Terra e Espaço. Ela mostra uma lua cheia nascendo atrás do Templo de Poseidon no sul da Grécia.
Grande Nebulosa de Órion
'The Sword and The Rose (Orion's Sword and M42)', de Marcus Davies, recebeu a menção honrosa na categoria Espaço Profundo. Ela mostra a região chamada Espada de Órion, que contém a Grande Nebulosa de Órion.


O gigante Planeta Júpiter
Tirada em La Palma, nas Ilhas Canárias, em julho do ano passado, 'Jupiter', de Nick Smith, ficou em segundo lugar na categoria Nosso Sistema Solar. A imagem capta o planeta Júpiter, numa imagem com definição que há 10 ou 15 anos só era possível com telescópios de observatórios no espaço.
Vênus no céu azul.
'Crescent Venus', de Lorenzo Comolli, recebeu menção honrosa na categoria Nosso Sistema Solar. Ela mostra Venus, planeta mais próximo da Terra e o objeto mais brilhante no nosso céu após o Sol e a Lua, contra um céu azul.
Crateras da Lua.
Nick Smith também recebeu a menção honrosa na categoria Nosso Sistema Solar com 'Sinus Iridum', esta imagem detalhada de uma seção da lua feita a partir de um telescópio montado num jardim em Oxford, na Grã-Bretanha.
O cometa Lulin passa pelo Sistema Solar
Richard Higby também recebeu menção honrosa na categoria Nosso Sistema Solar por 'The Green Visitor', mostrando a 1ª passagem do cometa Lulin pelo Sistema Sola
A beleza dos cristais de gelo nas nuvens
O segundo lugar na categoria Jovem Fotógrafo Astronômico ficou com 'Solar Halo', de Laurent V. Joli-Coeur, um canadense de 13 anos. Ele fez a imagem em um carro em movimento, ao ver um halo solar. Os halos solares são formados por cristais de gelos nas nuvens.

As cores de um incêndio florestal
'Primal Wonder', feita por Larry Andreasen, foi a terceira imagem a receber a menção honrosa na categoria Terra e Espaço. Ela mostra um incêndio florestal controlado no monte Adams, no Estado americano de Washington.
Com apreço.
Sílvia