Ferreira Gullar é Prêmio Camões 2010
O escritor brasileiro Ferreira Gullar é o vencedor do Prêmio Camões 2010.O júri revelou que o prêmio foi disputado entre o autor brasileiro e a portuguesa Hélia Correia. Ferreira Gullar ainda não foi informado da atribuição do prêmio uma vez que, até ao momento, não foi possível contatá-lo.
Nascido em 1930, no Maranhão, Ferreira Gullar é o pseudônimo de José Ribamar Ferreira. Em Portugal a sua obra está publicada pelas Quasi Edições.
O prêmio, anunciado há minutos pela ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, vem distinguir o poeta, crítico de arte, biógrafo, tradutor, argumentista de teatro e televisão, memorialista e ensaísta brasileiro.
Vencedor por duas vezes do Prêmio Jabuti (1999 e 2007), Gullar foi ainda indicado ao Nobel em 2002.
O escritor octogenário recebe assim a mais alta distinção literária atribuída a um autor de língua portuguesa. Esta é já a vigésima segunda edição do prêmio que distingue toda a obra de um autor, com cem mil euros.
O júri desta edição foi presidido por Helena Buescu, professora da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, e composto por José Carlos Seabra Pereira, professor associado da Universidade de Coimbra, Inocência Mata, professora santomense de Literaturas Africanas na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, e professora convidada em várias universidades brasileiras e norte-americanas, Luís Carlos Patraquim, escritor e jornalista moçambicano, António Carlos Secchin, escritor e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro e ainda pela escritora brasileira Edla van Steen.
Com Gullar o número de escritores brasileiros galardoados passa a ser nove. O último escritor vencedor do Prêmio Camões foi o cabo-verdiano Armênio Vieira (2009). Nos anos anteriores foram distinguidos o brasileiro João Ubaldo Ribeiro (2008) e o português António Lobo Antunes (2007)
O Prêmio Camões foi criado por Portugal e pelo Brasil em 1989 e é o maior prêmio de prestígio da língua portuguesa. O objetivo é distinguir um escritor cuja obra contribua para o projeto e o reconhecimento da língua portuguesa.
Na primeira edição do prêmio (em 1989), o escritor distinguido foi o português Miguel Torga.
SOL
http://canais.sol.pt/paginainicial/cultura/interior.aspx?content_id=174394
Traduzir-se
Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.
Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.
Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.
Uma parte de mim
almoça e janta:
outra parte
se espanta.
Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.
Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.
Traduzir uma parte
na outra parte
— que é uma questão
de vida ou morte —
será arte?
Ferreira Gullar
De Na Vertigem do Dia (1975-1980)
Com orgulho,
Sílvia
Grande ferreira Gullar...
ResponderExcluir... porque nada do que foi feito satisfaz a vida , nada enche a vida
A vida é viver
Ferreira Gullar
Parabéns pela postagem
Beijos
Sil...
ResponderExcluirprêmio merecidíssimo...
adoro Gullar...
senti falta das palavras dele...
no documentário...
"Uma Noite Em 67"...
que é ótimo e recomendo...
Beijos
Leca
Bacana!!
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