quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Batatas

Há um homem que passa por mim  todos os dias que não sonha como lhe estou grata. Ele não me vê, mas todos os dias eu sorrio ao vê-lo. Este homem, com o seu sorriso estampado no rosto logo pela manhã, enquanto puxa rua acima um carro de mão carregado com sacos de batatas que traz do mercado para o centro da cidade, faça chuva ou faça sol, faz-me relativizar todas as minhas paranóias e queixas da vida. Faz-me pensar que só tenho a agradecer e faz-me sorrir. E sorrir logo pela manhã e pensar que há vidas muito mais duras do que a nossa, e que ainda por cima são encaradas com um sorriso, faz-me muito bem.
Muito obrigada.

5 comentários:

  1. O post me fez pensar no chinês que tem um restaurante aqui perto e que todo o dia faz compras no super mercado e eu sempre passo por ele. Um dia eu disse: bom dia. Ele me olhou e não me respondeu. Noutro dia, eu insisti e ele me encarou e não disse nada. Depois desisti. Hoje passamos um pelo outro pela rua e não nos cumprimentamos. Assim é a vida.

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  2. Não estranhe. Os chineses são têm uma forma muito particular de se relacionarem com os Ocidentais. Fui duas vezes a Shanghai em trabalho e senti-me muito mal.

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  3. Se a gente tivesse o hábito (já nem digo solidariedade) de olhar mais para o mundo dos que nos cercam, veríamos quantas alegrias temos na ponta do nariz.

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  4. Ë a lei da vida, não é?
    Olhamos sempre muito nossos pequenos e muitas vezes deformados, Umbigos.
    Adorei a postagem e acho que daria um conto muito legal.
    Ainda mais se juntar seu poema incidental com o comentário do Maia.
    Marie

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