Tenho fases como a lua
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha
Fases que vão e que vêm,
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para o meu uso.
E roda a melancolia
seu interminável fuso!
Não me encontro com ninguém
(tenho fases, como a lua...)
No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua.
E, quando chegar esse dia,
o outro desapareceu...
Cecília Meireles, Rio de Janeiro (1901-1964)
Lindo Cirandeira. Já estou procurando mais Cecília... Obrigada!
ResponderExcluirCom carinho,
Sílvia
Ah, amo esse poema da Cecília: que bom relê-lo agora!
ResponderExcluirBeijos,
Tãnia
Lindo e muito feminino.
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