segunda-feira, 28 de junho de 2010

TRISTEZA (IN)JUSTIFICADA


Ele era amado, mas talvez não o suficiente para suprir o seu complexo vazio de ser. Nada era capaz disso, ele bem sabia. Nem toda a vida, com suas perguntas e respostas, seria capaz de torná-lo inteiro. Acho que ele não queria ser inteiro. Não queria ser feliz. Encontrava-se melhor em sua tristeza, que já não era somente um estado de espírito. Se amava? Talvez, nos intervalos em que se permitia sentir algo tão simples, e quase bom. Mas havia dias em que ele sonhava e enxergava os vultos de um amor impossível. Somente pelo prazer de ter um motivo para sentir dor. Para gostar mais ainda dos dias cinzas como esse.

6 comentários:

  1. "Nem toda a vida, com suas perguntas e respostas, seria capaz de torná-lo inteiro"
    ... e como é que conseguiremos nos sentir inteiros, plenos?? Vivemos numa busca constante de um complemento que segundo alguns pensadores, jamais se dará!

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  2. "Ele" me parece tão familiar... beleza de texto, Renata. Bjo.

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  3. ...Ele ainda rima amor com dor, mas eu tenho um palpite: acho que um dia aprenderá que a felicidade inspira grandes momentos e possibilita mergulhos profundos!
    Beijos, Renata!

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  4. este "ele" também me é tão conhecido...

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  5. Tenho medo de estar me tornando esse ser. Belo texto como sempre.
    Abraço,
    Terráqueo

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  6. Há tantos como ele minha linda flor Renata. Seu perfil é bem familiar não concorda? É só olharmos a nossa volta numa quadra, no Centro da nossa cidade, num vizinho do Prédio onde moramos, mais perto ainda? Nossos familiares! Ah!Sim! encontraremos o Cinza. Lindo seu Texto. Uma infeliz realidade!
    Te amo....
    Sílvia

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