O QUE MAIS DÓI
O que mais dói não é sofrer saudade
Do amor querido que se encontra ausente,
Nem a lembrança que o coração sente
Dos belos sonhos da primeira idade
Não é também a dura crueldade
Do falso amigo, quando engana a gente,
Nem os martírios de uma dor latente,
Quando a moléstia nosso corpo invade
O que mais dói e o peito nos oprime,
E nos revolta mais do que o próprio crime,
Não é perder da posição um grau.
É ver os votos de um país inteiro,
Desde o praciano ao camponês roceiro,
Para eleger um presidente mau.
Inspiração Nordestina, Patativa do Assaré, editora hedra, SP 2006, pg 198
Muito bom!
ResponderExcluirGostei.
Eu adoro a poesia desse Sr. nordestino!
ResponderExcluirMaravilha ver a cara do mestre estampada no post!
ResponderExcluirParabéns!
Lindooo. Assaré é um grande poeta. Sou uma fã incondicional.
ResponderExcluirÓtima escolha de poema.
Congrats.