Andrea de Godoy Neto
Pele brancaAlma nua
Faca afiada
Palavra crua
Corte certeiro
Cratera da lua
Onde era um vulcão
Lava percorrendo os vãos
Mas, hoje não!
Hoje, a mão firme
A lâmina fria
A expressão cruel
Da palavra vazia
Hoje, não há vulcão
Nem lava percorrendo os vãos
Hoje, não!
[poema publicado no blog Olhar em Versos e Inversos]
A descrição de um momento agudo, Andrea. Incisivo. Definitivo. Ainda que outras águas venham e remodelem o momento.
ResponderExcluirAbraços,
Tânia
LIndo, preciso como o corte de um coração por um bisturi.
ResponderExcluirbem isso, Tânia, depois outras águas nos refazem, em novo molde, nos tornam a levar, mas esse momento é uma morte.
ResponderExcluirabraço pra ti
obrigada, terráqueo! é mesmo essa a sensação, de um bisturi que corta a pele de cima a baixo.
ResponderExcluirum abraço
Lindo demais Andrea... é mesmo assim, está tudo perfeitamente resumido nesses versos, umas separação, seja qual for. Adorei e vou te visitar!!!!
ResponderExcluirPrisca, grata pelas palavras. Há sempre alguma beleza na dor, nem que seja no que ela nos inspira, não é?
ResponderExcluirum abraço pra ti
É realmente uma arte tirar da dor a beleza, nos deixa apaziguados como que mornando uma dor fervente que nos queima.
ResponderExcluirGostei muito!!
##
obrigada, Diego! Tem horas em que é tudo o que nos resta...achar a beleza no que nos consome, no que nos transforma.
ResponderExcluirum abraço
Às vezes, uma separação é um alívio, pelo menos para uma das partes, que sai praticamente cantarolando. Parece duro, mas é a realidade.
ResponderExcluirBípede, eu penso que quando é assim, esse é o ato da separação, mas o fato se deu em algum outro momento, aquele da percepção de que o que era deixou de ser. Neste, sempre há dor, se não pelo outro, por si próprio que se depara com a necessidade da mudança. quando o ato da seperação é um alívio, é porque o fato já estava consumado, e neste, sempre perdemos um pedaço.
ResponderExcluirbeijos