sexta-feira, 9 de julho de 2010

Astronauta


       Foi jogada da nave mãe feito um alienígena. Por um curto espaço de tempo, ficou presa a ela por um cordão. A ausência de gravidade deu a largada para a era da náusea. Vomitou no próprio capacete, poluindo a visão e o oxigênio. Ignorado o pedido de socorro, decidiu adaptar-se às circunstâncias e à solitude. Logo pegou o jeito. Satélites e foguetes passaram por ela, raspando. Um que outro a sacudiu e arranhou as suas vestes. Os equipamentos vitais permaneceram intactos. Forças da natureza agiram a seu favor. Ela agiu. Cometeu erros; acertos, também. Deixou-se levar e presa, algumas vezes à velocidade do som e outras à da luz, seguiu vislumbrando, à distância, o intocável planeta azul.

8 comentários:

  1. Bípede...
    esse seu texto sobre o astronauta...
    me remeteu a um nascimento...
    Achei brilhante...
    Beijos...
    Leca

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  2. Impressionantemente magnífico ou magnificamente impressionante. Sério, muito bom.

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  3. Obrigada, Leca. Eu também tenho essa sensação :)

    Bípede Falante

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  4. Obrigada, Maia. Eu acredito que você achou impressionantemente magnífico ou vice e versa :)
    Obrigada.
    Bípede Falante

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  5. Bípede, também me remeteu a um nascimento...gostei muito!

    beijos

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  6. De início também me levou a um nascimento, mas depois comecei a pensar que algumas vezes na vida nos sentimos como esta astronauta.


    Espetacular Bípede

    ##

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  7. Diego, acho que você chegou bem perto, bem pertinho mesmo, do que eu quis dizer :)
    BF

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