As "crianças" carregam os doces em bolsos,
frangalhos do esquecimento humano.
Caminham entre vidros sujos de fuligem da abstração.
Miram-se em espelhos do vácuo.
Unhas compridas, sapatos rotos,dor profunda
de quem procura o espaço lotado de almas vazias.
São frágeis vítimas do sistema de selos e dogmas varonis.
Respiram na noite, no dia, nas quatro estações que Vivaldi não sonhou.
Os supostos pudores execram o nudismo dos corpos se amando, "setenta vezes sete", mas não temem transitar entre o desalento daqueles outros pequenos corpos, (re)cobertos pelo véu do escárnio e do sofrimento.
Em rasgos nos bolsos da omissão, "meninos e meninas" não podem provar seus doces, porque precisam traspassá-los para os "irmãos" que não os veem!
Nirma Regina
Que bonito apesar de triste.
ResponderExcluirGostei mesmo muitíssimo.
ResponderExcluirUm texto que é um soco merecido em nossos estômagos.
ResponderExcluirOlá...
ResponderExcluirSoco no meu também...em primeiro lugar!
Beijinhos para todos!
Nirma Regina