O que não pode ser dito
guarda um silêncio
feito de primeiras palavras diante do poema,
que chega sempre demasiadamente tarde,
quando já a incerteza e o medo
se consomem em metros alexandrinos.
Na biblioteca, em cada livro, em cada página sobre si recolhida,
às horas mortas em que a casa se recolheu também
virada para o lado de dentro,
as palavras dormem
talvez,
sílaba a sílaba, o sono cego que dormiram as coisas
antes da chegada dos deuses.
Aí, onde não alcançam nem o poeta nem a leitura,
o poema está só.
E, incapaz de suportar sozinho a vida, canta.
O poema ficou só...
ResponderExcluirCulpa do escritor que deixo o silêncio de lado para falar...
Abraço,
do Felipe.
Será que a "culpa" é mesmo do poeta?
ExcluirSerá que o poema existiria sem o poeta, Felipe?
um abraço, e obrigada pela visita!
Doze sílabas aqui...seis acolá...porque o poema é livre...masi que os deuses...mais que o homem...
ResponderExcluirBj
BShell
Bom te ver por aqui, Blue Shell!
ExcluirObrigada pelo comentário.
Bj
Inventei a ironia numa toada de vento
ResponderExcluirRoubei as asas a uma gaivota azul
Colei-lhes um poema cheio de penas
E enviei-o para uma tonta do sul
Inventei um mar numa bola de sabão
Roubei uma corda forte e boa
Atei um rol de mágoa à mesma
E afoguei-as nas águas de uma lagoa
Bom fim de semana
Doce beijo
Muitas vezes o poeta necessita "afogar" alguma coisa para
Excluirque o poema possa emergir!
Belo poema!
Bom fim de semana, Profeta!
O silêncio é sábio, as vezes delator
ResponderExcluirO silêncio é um falador :)
ExcluirCantar é sempre um consolo para quem está só.
ResponderExcluirMas o canto do poema costuma ser mais que um consolo
para quem o lê.
Beijo, Ci.
O cantar de um poema pode nos levar para muito além,
Excluirdissipando as nuvens pesadas que às vezes se nos avizinham
não é, Dade?
beijos