sábado, 17 de novembro de 2012

A linguagem é uma pele








"A linguagem é uma pele: esfrego minha linguagem no outro. É como se eu tivesse palavras ao invés de dedos, ou dedos nas pontas das palavras. Minha linguagem treme de desejo. A emoção de um duplo contato: de um lado, toda uma atividade do discurso vem, discretamente, indiretamente, colocar em evidência um significado único que é ‘eu te desejo’, e liberá-lo, alimentá-lo, ramificá-lo, fazê-lo explodir (a linguagem goza de se tocar a si mesma); por outro lado, envolvo o outro nas minhas palavras, eu o acaricio, o roço, prolongo esse roçar, me esforço em fazer durar o comentário ao qual submeto a relação."

((Roland Barthes,  Fragmentos de um discurso amoroso)

7 comentários:

  1. queria fazer durar certas palavras, em certos momentos... gosto muito dese livro, e essa lembrança me deixou assim, fragmentada.... srsrrs, mais ainda, se isso é possível. Grande beijo Tanita!

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  2. Grande Barthes, amiga Tania. Um abraço. Tenhas um lindo fim de semana.

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  3. o amor da linguagem
    é um amor eterno
    ...


    beijo carinhoso,Tânia.

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    Respostas
    1. O amor é sempre original, apesar dos clichês...:-)
      Beijos, Bruxinho

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