Imagem capturada no Google |
Lá
no Araçá, à beira
de
um fértil riacho,
havia
uma goiabeira,
sombreando
vários
formigueiros.
Para
um pequenino,
jogar
um poucode areia nos formigueiros,
e subir na goiabeira,
eram momentos mágicos.
As
formigas, assanhadas,
subiam
na goiabeira,organizadas, enfurecidas,
tentando revidar à provocação.
O menino, tentando fugir,
subia em galhos mais altos.
O
problema era quando
ele
chegava ao fim da estrada
(ponta
de um galho):
sem
ter para onde ir,
tinha
que escolher entre
as
picadas das formigas
e
as fraturas da queda.
Picada
de formiga-de-roça é uma seta,
e,
quando a seta acerta o menino asceta,
impõe
um olhar agridoce.
Picada
de formiga-de-roça não se esquece.
Ele
ainda carrega essa sensibilidade,
mesmo
não brincando com formigueiros.
O
mundo deturpa o olhar agridoce do menino
com
vestimentas doces, mas corpos acres.
(Carlos Souza)
http://janeladescoberta.blogspot.com.br/
A poesia do Carlos Souza, Macaíba, RN. Vale conhecer, quem não conhece, o espaço do poeta.
ResponderExcluirA narrativa dele nos remete à nossa infância, àquele mundo
Excluirrepleto de poesia, sem que o soubéssemos, um universo cada vez mais distante, e por isso, tão belo e tão raro na
infância de hoje!
Um outro aspecto que ocorreu-me agora: as formigas constituem uma sociedade extremamente organizada e solidária entre si; são dotadas de um sentido arquitetônico, são verdadeiras "engenheiras civis", inteligentíssimas! Agora, a ferroada delas não é brincadeira não! :)
Gostei muito, e irei visitar o espaço do poeta.
Obrigada, Tânia.
um beijo
Fiquei feliz ao encontrar esse meu poema aqui no Mínimo Ajuste. Que bom!
ResponderExcluirObrigado, Tânia!