sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Da série Mitologia

Atena e as Musas, de Frans Floris (1560)
 
 
MUSA
 
A fonte da inspiração de uma pessoa
 
 
As Musas eram um grupo de deusas consideradas as gontes divinas da arte e da cultura, associadas a Apolo e a Dionísio, e amplamente cultuadas em toda a Grécia.
Os poetas clássicos costumavam se considerar reservatórios a serem preenchidos pela divina inspiração das Musas. Os poemas antigos frequentemente começavam convidando alguma Musa a falar pelo  poeta: "Canta-me a Cólera - ó deusa! - funesta de Aquiles Pelida" é o célebre primeiro verso da Ilíada  de Homero. Igualmente, na Eneida,  Virgílio pede à Musa que conte a história por meio dele:
 
Musa, as causas me aponta, o ofenso nume
ou por que mágoa  a soberana deia
compeliu na piedade o herói famoso
a lances tais passar, volver tais casos.
 
As Musas permaneceram figuras frequentes na poesia e na arte durante a Idade Média e o Renascimento. Pode-se encontrar invocações à Musa em Dante e em Chaucer, e até John Milton, severo cristão, invocou a Musa pagã no começo de seu épico Paraíso perdido.
No mundo de hoje, mais secularizado, as Musas foram amplamente esquecidas. Os poetas modernos normalmente ficam com o crédito por suas obras, em vez de dizer que foram possuídos por divindades de três mil anos. Mesmo assim, em palavras como "música" e "museu" a memória das Musas continua viva.
 
 
Ferdie Addis, em A Caixa de Pandora - Editora Casa da Palavra.

2 comentários:

  1. Um mundo que foi patologizado pela ausência dos deuses...Os deuses de ontem são hoje doenças. E as Musas, nossa, pelo que têm feito com a imagem do Feminino hoje, as letras de música que depreciam tanto as mulheres, a gente se pergunta: e as Musas?
    Ótimo texto, Ci.
    Beijos,

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    1. Os que depreciam as mulheres através desse lixo que eles
      julgam que é música, acham-se os própios "deuses" :)

      beijos, Tânia

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