Escreve sobre o caldo derramado.
Sobre a sopa.
Escreve sobre o leite.
O leite da infância,
o leite dos
copos,
o leite coalhado em flor.
Escreve o leite dos homens.
Do homem derramado na cama, na calçada,
na marca de outra dor.
Escreve sem caligrafia.
Escreve no lençol desafinado
e nas linhas sem
clave
da trama, do vício e da morte
do horror.
Incentivo à escrita sempre é bem vido... em forma de poema então...
ResponderExcluirMuito bom, parabéns...
À convido a ler os meus poemas: http://teores.blogspot.com.br/
Até mais Bípede Falante...
Tão bom te saber no primeiro verso e ansiar por todo o poema...Lelena!...meus olhos reconheceram e vibraram. Escrever sem caligrafia, sem palavras...nosso sonho!
ResponderExcluirBeijos,
Lindo rosa no cabeçalho...
ResponderExcluirPalavras que respiram
ResponderExcluirenquanto escreves o mundo acontece nas tuas palavras,
ResponderExcluirbeijooo
Escreves... pq enquanto escreves... existes...
ResponderExcluirUm poema vigoroso, escrito a partir da recorrência do verbo escrever e da palavra leite, que se associa a outras (não as enumero, pois estão logo ali no poema) que não pertencem à mesma família, mas, por associação, repito, criam a atmosfera desejada pelo Eu que se camufla numa segunda pessoa através do tempo verbal ali expresso. A força do poema reside na expressão das "ideias" que nos permite apreender a existência de uma concepção poética da linguagem, de que estamos diante de um arranjo verbal, que ultrapassa o próprio arranjo pela plussignificação que carrega.
ResponderExcluirRecolho minhas ideias... Fiquemos com a poeta, ela sabe o que diz e como diz.
beijoss,