Trago-lhe a marca mais tensa
Guardo-lhe o rastro mais puro;
Nos passos do tempo que me segue, me pensa,
Me sonha, me fita do escuro,
Agita-se, treme; alguém que ocupei
E agora me ocupa; de quem transbordei
E agora transbordo; alguém cujos passos
(Nas lajes do tempo ressoam tão lassos)
Me calam, me pungem; a quem, musical,
Acorda me prende, eterna, umbilical,
Sem arco que a fira nem força que a parta:
Nos largos do espaço a sós nos arrasta
A morte - somente
Retorno a teu ventre.
Mário Faustino, em O homem e sua hora - Teresina(PI), 1930-1962
Ci, tanto drama nos move...
ResponderExcluirA gente sai de um ventre nem sempre seguro e acaba sem direção, sem saber de si, dos outros, só da vida, a vida tão mais rápida que nossos corações...
beijoss
Esse Mário Faustino pigmentou minha pele. Poeta não deixa de existir, que bom, a gente vai encontrando um a um em algum tempo. Gostei como se o quisesse pra mim. Como se pudesse ter saído de mim.
ResponderExcluirBeijos, Ci.