Observo o outono sem saber o que a palavra outono significa 
Precisamente. Coisas que caem. É um começo. E começo 
A prestar atenção à maneira como o ritmo da minha respiração decai lentamente. Bem assim 
À luz do fim de tarde, que também principia a ser lenta; bem mais lenta, aliás, 
Do que as folhas, as célebres, as supostas folhas que, dizem, se despegam 
Das árvores onde o outono se instalou 
Avidamente. E então despencam. É o que dizem. Que o outono 
Despenca as coisas. Que aquilo que brotou na primavera e amadureceu no verão no outono 
Cai. Precisamente. Uma queda natural, afirmam, além de terna, não rude, e necessária. Pois 
Como poderia o inverno vir recobrir com o seu manto branco os mortos 
Da estação, se o outono, com a sua túnica breve, não os tivesse feito 
Descobrir-se nus primeiro? 
Valder C. Magalhães Jr - Fortaleza-CE

 
Boa reflexãao do forasteiro, e nesse Ceará só dá gente boa, heim? :-)
ResponderExcluirBeijos, Ci.
Bonito poema, Valder.
ResponderExcluirE viva o Ceará!