quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Pivô




Ninguém chama pivô de uma separação
mulher apaixonada por homem casado,
que olha infelizmente todo seu passado
sem sentir alegria nem fazer monção.
Sei bem que isso havia em tempo de avô,
quando os infelizes aprisionados
no anelo conjugal se viam amarrados,
sem chance de alçar asas, tentar novo voo.
Mas tem certa razão a mulher mais prudente,
com generosidade com a semelhante
ao não querer tirar esposo como amante.
Sair do jogo ilesa mostra seu caráter,
ninguém vai jogar pedra nem querer bater
naquela que esperar o amor em liberdade.

Stanislau Balner

7 comentários:

  1. Olá ! Adorei o blog, simplesmente fantástico!

    Estou seguindo! Parabéns pelo seu trabalho, adorei cada cantinho daqui :)

    Grande beijo, tenha uma ótima semana e muito sucesso pra vc

    ;**

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  2. Não acredito que alguém, seja mulher ou homem, "tira esposo(a) como amante". As relações se desgastam, e poderão ser renovadas (ou não) dependendo dos parceiros, de suas capacidades de autocrítica, de tolerância, de amadurecimento de cada um. Nada dura para sempre, nada é eterno :)

    beijos, Lê

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  3. Assino embaixo, Ci. O mundo se movimenta, nada é eterno.

    Beijos,

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  4. rsrsrsrs
    Queria ver o Stanislau aqui :)
    Eu acredito em tudo, menos em fantasmas. Tem relações de todos os tipos nesse mundo mUderno. Gente vivendo em todos os séculos e até no futuro, que aqui no sul legitimaram uma união estável de três. O triângulo perfeito segundo a lei.
    beijoss

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  5. Acredito que o certo é errar o presente no dia dos namorados, para a amante dar um avental e para a mulher( prefiro essa palavra no lugar de esposa) uma lingerie preta, ambas vão se sentir felizes por estarem simbolicamente uma no lugar da outra e a outra no lugar da uma, quando não existir a outra da outra na história. Acho que no futuro esse pragmatismo e ausência de drama nas relações pode redundar no naufrágio geral da nossa herança judaico-cristã. No mais acredito muito no que disse João Cabral de Melo Neto em um dos seus versos - chega a hora de escolher a frustração que a gente quer... No fantástico livro de Jurandir Costa Freire, sob o título O risco de cada um, a questão do desgaste é abordada como uma percepção paranoica do outro. Tento desgastar essa percepção paranoica mais do que desgastar a relação com o outro. No mais há mulheres e homens que "roubam sim" as mulheres e os homens dos outros para formarem casais heterosexuais ou homosexuais. Mundo louco. Falei do avental, que é para muita feminista de meia tijela um símbolo da submissão feminina, porque acho que quem não sabe fazer um arroz não merece entrar no rizoto. Beijos

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  6. Este comentário foi removido pelo autor.

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  7. Então aí vai um soneto do Stanislau Balner, que me confessou ter sido difícil demais realizar.

    Soneto da infidelidade

    Vejo as lívias aquáticas no lago
    abrirem-se em flor pela manhã,
    colho-as e sorrindo ao vaso trago,
    vejo rosar no rosto uma maçã;

    percebo-a mui triste e de perfil,
    são ínvias as fronteiras entre nós,
    para uma paixão não há refil,
    fui infiel agora estou à sós.

    Lá fora o dia é lindo, o amor nos chama,
    há peixes a nadar sob as águas,
    mas haverá vontade sob as mágoas

    causadas, que trouxeram-nos o drama
    de sermos simulacros do que fomos?
    Nosso amor foi desfeito em dois tomos!

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