quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Demolição


            Parecendo um livro desalinhado na estante, na noite alta, folheia os próprios capítulos. Enumera as páginas arrancando frases e palavras. Assim, poupa lágrimas. As lágrimas estão repletas de laços e de nomes triturados em pedaços, como aquele amassado e jogado na lixeira, nome composto e multiplicador de um corpo fantasiado de afeto e desprovido de sentido ainda que de intensos gestos, gestos de passagem e de pouco alcance, gestos de cama sem mesa e pouco sabor, quase doentes, e desesperados por um bilhete com a hora de partir.

2 comentários:

  1. Antes de ler quem havia escrito, já sabia quem era a Autora, pq teus textos têm muita personalidade e são originalíssimos!
    Parabéns! Muito bom.

    Beijos

    P.S.: "Conseguí"!? rs

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  2. Que as lágrimas e os pensamentos bons e as idéias saudáveis nos levem a dar em conjunto um grande grito transformador:
    Assim a gente não quer mais!
    Lindo texto! Obrigada.
    Com carinho,
    Sílvia

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