quarta-feira, 8 de setembro de 2010

MARESIA

Foge da praia
O ar aziago do esquecimento mortal:
Nada se desfaz,
Tudo se reafirma sempre
Com a cor que as ondas regurgitam.

No espelho que acende e apaga
Na areia (como um letreiro luminoso)
Um ente eterno se mira.

Talvez tenha sido aqui
Onde deus separou a luz
Das trevas –
Tirou da noite o dia.

Sangue e sal e sol
Encorpam o odor
Chamado maresia.



Outros poemas AQUI

5 comentários:

  1. Bonito dar uma vida feita de sangue, sol e sal a maresia.
    bj.
    BF

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  2. Um poema perfumado com maresia!
    Sentí o cheiro do mar através desse espelho
    que refletiu até mim mostrando-me o encanto das praias maravilhosas que existem em João Pessoa. Que cidade encantadora!

    Bj

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  3. Um odor para poeta decifrar... Agora fico com as imagens que seu poema deixou de areia sendo acariciada e abandonada pelas ondas.

    Lindo poema!

    Beijo.

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  4. No princípio era a água,
    depois veio a areia da praia
    e as banhistas, as nudistas
    com todas as listras
    para que Deus proclamasse
    que era bela a Criação.

    O esquecimento nos lembra
    que viemos do mar
    com a maresia
    e o vai-e-vem das vagas.

    Um grande abraço.

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  5. Marcantonio, lindíssimo Poema. Passa paz, tranquilidade. As imagens gritam alto. senti o
    cheiro, a tranqulidade do Mar-Cantonio!Obrigada.
    "Às vezes é preciso diminuir a barulheira, parar de fazer perguntas,parar de imaginar respostas, aquietar um pouco a vidapara simplesmente deixar o coração nos contar o que sabe. E ele conta. Com a calma e a clareza que tem."(Ana Jácomo)
    Com carinho,
    Sílvia

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