quinta-feira, 30 de setembro de 2010
Tu
Cárcere do Ser
O Biricuticu´s ficará voltado mais para meu lado musical, mas gostaria de tê-los comigo em meus dois refúgios...
http://carceredoser.blogspot.com/
Com um grande abraço,
Alexandre Pedro
Motivo, Cecília Meireles
Motivo
Cecília Meireles
Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
- não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
- mais nada.
Comer Rezar Amar
é um filminho para ver domingo à tarde, enrroscada numa manta, sofá, lareira acesa. mas fui vê-lo ontem, com a Carla. já tinha lido o livro, há talvez um ano. nem literatura, nem manual de auto-ajuda. uma história verídica bem relatada. e com dicas interessantes sobre diversos assuntos. uma jornalista free-lancer que pôde interromper a vida que levava e ir em busca de uma outra, por três países: Itália, India, Indonésia. Liz [a belíssima Julia Roberts] acaba por encontrar em Roma o paraíso do dolce far niente [e que saudades me deu de Roma e das coisas que deixei por visitar; e da pizzaria que aparece no filme e onde não fui e queria tanto ter ido :(]; na India, a melhor forma de encontrar Deus dentro de si e, no Bali, um novo amor, Filipe [o charmosíssimo Javier Bardem]. um filme que vi com muitas saudades. saudades possíveis, saudades impossíveis. saudades a mais.
enfim. ando um pouco cansada de carregar com tantas saudades.
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
Definições definitivas...
Se tem uma tarefa dificil a cumprir, encarregue um preguiçoso de a fazer. Ele há-de descobrir um modo fácil de a fazer.
A Quem Interessa a Exclusão Social?
A psicanalista gaúcha Diana Corso publicou um artigo interessante no jornal Zero Hora de Porto Alegre hoje. O artigo "Saudosa Senzala" está abaixo.
Se alguns mais ricos, sem generalizações, têm saudades da época da senzala e são contra politicas de inclusão social que se danem, porque não pode interessar a ninguém ver este país mergulhado na injustiça social, na pobreza, miséria e na ignorância.
Os problemas causados pela pobreza afetam e muito os mais ricos, porque geram violência, poluição, insegurança e menos consumo. E tudo o que um capitalista mais deseja é ver mais e mais pessoas consumindo.O aumento da classe média deve ser festejado por todos, pois é politica de convergência e inclusão social.
No Brasil de hoje parece interessar muito mais a uma casta política que está no poder manter o povo na miséria e na alienação do assistencialismo e da esmola do que alguns setores mais endinheirados da sociedade.
Abaixo o bom artigo da Psicanalista Diana Corso:
Saudosa senzala
O Brasil mudou muito nesses últimos anos, e nem todos prestamos atenção ou nos demos conta, para bem ou para mal não somos os mesmos. Especialmente as classes C e D são as novas protagonistas num país que não estava acostumado com isso, agora elas compram, estão mais visíveis. Pequenos detalhes, como ter um telefone que era caro e difícil, hoje é barato e banal, estão acessíveis a geladeira nova, a TV maior, o trânsito está entupido por novos carros. Prestações e carnês enchem as lojas e esvaziam as prateleiras.
Entre os irritados com a conjuntura atual, encontram-se alguns economistas que, em seus termos misteriosos, fazem previsões de que pagaremos caro pelos dias de fartura. Sei lá, sou ignorante de suas sabedorias. Mas há outro tipo de gente incomodada com a situação atual, e esses, sim, me exasperam: são os viúvos do sistema de castas, que tinham um sem-número de pobres à mercê de suas roupas velhas, pequenas esmolas e favores de senhor da casa-grande. Essa senzala invisível está sendo erradicada do coração dos mais humildes, mas sobrevive na memória recente dos mais abastados e não é fácil abrir mão dela.
A diferença social fazia de qualquer remediado de classe média um senhor feudal, sua vida era mais admirável, seus bens mais reluzentes, seus filhos mais promissores. Hoje, o filho de uma empregada doméstica pode disputar vaga na universidade federal com o da patroa que estudou em escolas caras, graças ao sistema de cotas, o que enche esta última de indignação, e ambas podem ter o mesmo modelo de celular. Mesmo entre os intelectuais, uma miséria digna e consciente lhes parece mais atraente do que essas novas hordas de entusiastas consumidores, de quem lamentam a banalidade de horizontes.
Um ser humano se torna o que é porque outro lhe faz espelho, contraponto. A miséria de uns auxilia a que a imagem de outros pareça mais faustosa, são papéis que se complementam. Melhores índices de qualidade de vida em um país, portanto, não têm motivo para agradar a todos, mesmo que seja por motivos inconfessáveis, inconscientes. Estamos muito longe da igualdade social com que sempre sonhei, mas esse novo quadro, aliado ao fato de que os candidatos mais importantes neste pleito são oriundos das fileiras da luta contra a ditadura, me deixa de bom humor. Gosto de ver a política viva, embora ela costume aparecer apenas trajada de escândalos, prefiro-a paramentada de promessas. Além disso, nunca esqueço que as eleições diretas foram uma árdua conquista, por isso, elas ainda me produzem certa emoção, simplesmente por existirem.
Afinal, votar em quem ?
terça-feira, 28 de setembro de 2010
Definições definitivas...
A amizade começa quando, estando juntas, duas pessoas podem permanecer em silêncio sem se sentir constrangidas.
QUANDO O CORPO FALA....
What a Wonderful World - Louis Armstrong
Com emoção
Sílvia
Desobediência
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
Beirut - Elephant Gun
Gente, eu fiz um teste. E parece que deu certo. E por isso apareceu esse vídeo do grupo Beirut aqui no Mínimo Ajuste. Na verdade, não era para aparecer aqui, mas no meu depósito. Mas até que ficou bem e a música é interessante. Lembram da série Capitu da Tv Globo? Pois essa música, elephant gun, faz parte da trilha sonora. Ela embalava as danças de Capitu, enquanto Bentinho ainda não era Casmurro. Tudo a ver, elephant gun com Machado de Assis.
ADEUS...
Não sei se é uma característica do povo português, não sei! Não sou estudiosa de comportamentos, das estruturas do pensamento do ser humano, mas percebo que a conotação para a palavra Adeus é de uma despedida eterna, pois parece que estamos a encomendar a pessoa a Deus, daí soa pesado. Mas através da leitura do texto abaixo também percebi que A-DEUS pode significar ‘Deus te acompanhe – num sentido protetor. Desta forma o Adeus já não é uma palavra tão pesada. Essa associação é uma dificuldade adulta à delicadeza dos gestos infantis que simplesmente acenam suas mãzinhas para nos dizer um ‘olá’, ‘até mais’... ‘Logo você estará aqui para me encontrar’. Amei e estou colocando-o no Mínimo Ajuste para se desejarem, usar Adeus sob uma nova conotação... Até já!
TEXTO DE AZ:
Eu gosto da palavra ADEUS.
Soa-me bem e tenho orgulho em verbalizá-la sem preconceitos fatalistas ou conceitos supersticiosos.
Não a sinto como uma palavra de carga negativa ou mesmo definitiva.
Não concordo com a teoria de que ADEUS é a palavra mais triste para uma despedida.
Sabem porquê?
Porque o que me entristece é a separação das pessoas que eu gosto. O que me faz doer é distância e a ausência, não a palavra.
Gosto de usar a palavra ADEUS com alegria, com a esperança de um novo encontro. Gosto de pronunciá-la com sorrisos e com acenos de mão.
Como os bebês...
Sim... Como os bebês, ou já se esqueceram que esta é uma das primeiras palavras que aprendemos e ensinamos a pronunciar e a gesticular de um modo arrebatador a esses seres pequeninos que nos enchem de orgulho quando conseguem tal proeza?
Adoro vê-los de mãozinhas a acenar e só me enchem de boas energias.
Eu gosto da palavra ADEUS quando todos parecem fugir dela depois de atingiram a fase adulta.
Verbalizo-a nas minhas despedidas calorosas e carinhosas.
Blog: Afectos e Dúvidas
http://amarzita62.blogspot.com/
Pássaro
Do pássaro nem as asas
nos pertencem. O que delas
se conhece é o gesto
oblíquo do seu vôo
perseguido e as formas
que as penas inventam. É de lá
que irrompem os olhos, as pernas
e os seios destas figuras
transfiguradas.
Albano Martins
domingo, 26 de setembro de 2010
Cena 3
A luz azulada
eterniza o fim da tarde.
O rapaz muito branco, forte, as veias afloradas.
Discreto, mais um entre muitos no coral da faculdade.
Ela não repara em sua voz de tenor. A moça olha
como se navegasse por suas veias azuis.
Em um bar, o beijo,
Cena 2
A garota branca, cabelos curtos, o rosto desnudo.
Os lábios dele, macios, percorrem sem pressa
o rosto dela. Beijos suaves em cada pedaço.
Os olhos de ambos fechados.
Ao redor, um auditório lotado de adolescentes.
O ruído dos colegas cada vez mais distanciado.
Beijos suaves.
...
Cena 1
A moça branca, cabelos longos e os dedos
dele acarinhando seus cabelos.
A cabeça dela deitada no colo dele.
Os olhos dele desmanchando em ondas nos olhos dela.
A boca vermelha, carnuda, cantando baixinho só pra
ela: "Nada consigo fazer quando a saudade aperta..."
Martha Galrão
Rams head
Antes de Nascer o Mundo
Definições definitivas...
Os navios estão a salvo nos portos, mas não foi para ficarem ancorados que eles foram criados.
Libertem Os Urubus...
Primeiro dia da Bienal de São Paulo...terminou em confusão...15 ativistas protestaram no local contra a obra "Bandeira Branca"...do artista Nuno Ramos...em que três urubus ficam em um viveiro...sem comida e água...um dos ativistas pichou a frase "Liberte os urubus" e acabou detido...tal qual um urubu...
O tema dessa Bienal...é..."Há Sempre Um Copo de Mar Para Um Homem Navegar"...é a 29ª Bienal de São Paulo...e abriu neste sábado...dia 25, e ficará até o dia 12 de dezembro...O evento fica no Pavilhão Cicillo Maarazzo, no portão 3 do Parque do Ibirapuera...
Por que...para protestar...o artista...Nuno Ramos...não se enjaula...
tal qual um urubu..?
e olha...que eu gosto muito das inspirações dele...
mas essa...é INFELIZ...
E para você...?
Ainda acha certo usar animais...como se fossem coisas...?
sábado, 25 de setembro de 2010
Definições definitivas...
O casamento é a maneira de um homem descobrir que tipo de marido sua mulher teria preferido.
Uma poesia
Aflição de não ser, amor, aquela
que muitas filhas te deu, casou donzela
e à noite se prepara e se adivinha
objeto de amor, atenta e bela.
Aflição de não ser a grande ilha
que te retém e não te desespera.
(A noite como fera se avizinha)
Aflição de ser água em meio à terra
e ter a face conturbada e móvel.
E a um só tempo múltipla e imóvel
não saber se se ausenta ou se te espera.
Aflição de te amar, se te comove.
E sendo água, amor, querer ser terra."
Hilda Hilst
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
Definições definitivas...
Não importa com quem você se case, sempre acorda casada(o) com outra pessoa.
Como dar a volta ao mundo...
Preste atenção no preço do ticket de avião para dar a volta ao mundo. É surpreendentemente barato!
Os brasileiros - Cena 14
J. G. De Araújo Jorge
A SÓS
.
A sós
como duas gaivotas
na solidão do céu,
em pleno mar,
sonhando no ar...
A sós,
lado a lado, sem alarde,
como dois pássaros num alto ramo,
ao cair da tarde...
A sós
como duas mãos quando se procuram
e se encontram,
sem voz...
Como eu e tu
quando somos nós
a sós...
.
J. G. de Araújo Jorge (poeta brasileiro)
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
Tadinho do Tigrinho
Essa foto do Boston Globe não é montagem, é verídica. Esse filhote de tigre foi encontrado - nesta mala com outros tigres de pelúcia - quando uma mulher tentava embarcar de Bangkok para o Irã, no dia 22 de agosto de 2010. Ela foi flagrada no raio X do aeroporto.
Definições definitivas...
Maridos e esposas não se entendem um com o outro porque são de sexos diferentes...
ERA UMA VEZ UMA ESCOLHA
Monólogo de uma cultura florida.
Porque teimas em florir em verdes campos desertos, singela planta comestível, se não é esse teu papel. Porque te embelezas, se na natureza apenas o caldeirão quente dos temperos te espera?
Germinas em fecunda terra, de agua e sol te alimentas e transformas um reino noutro , sem pedir licença a um Deus para dares vida ao inerte.
Quem te disse que as flores te transformam em algo que não és? Tu, nutriente enterrado em raizes que pouco mais fazes que chamar a atenção para que te venerem, não percebes que o teu verdadeiro valor se perde em vão, quando é nas fomes que alimentas que tens teu dom.
Perco palavras contigo nobre couve, quando apenas em silêncio me escutas, ignorando meus pensares. E em silêncio permaneces, ornamentada com flores perenes que te alimentam a vaidade e apenas me enchem o olho, quando é verdadeiro o alimento que preciso.
Um Copo de Cólera
terça-feira, 21 de setembro de 2010
Joe Dassin...Et Si Tu N'Existais Pas...
Et si tu n'existais pas
Dis-moi pourquoi j'existerais
Pour traîner dans un monde sans toi
Sans espoir et sans regret
Et si tu n'existais pas
J'essaierais d'inventer l'amour
Comme un peintre qui voit sous ses doigts
Naître les couleurs du jour
Et qui n'en revient pas
Et si tu n'existais pas
Dis-moi pour qui j'existerais
Des passantes endormies dans mes bras
Que je n'aimerais jamais
Et si tu n'existais pas
Je ne serais qu'un point de plus
Dans ce monde qui vient et qui va
Je me sentirais perdu
J'aurais besoin de toi
Et si tu n'existais pas
Dis-moi comment j'existerais
Je pourrais faire semblant d'être moi
Mais je ne serais pas vrai
Et si tu n'existais pas
Je crois que je l'aurais trouvé
Le secret de la vie, le pourquoi
Simplement pour te créer
Et pour te regarder
Et si tu n'existais pas
Dis-moi pourquoi j'existerais
Pour traîner dans un monde sans toi
Sans espoir et sans regret
Et si tu n'existais pas
J'essaierais d'inventer l'amour
Comme un peintre qui voit sous ses doigts
Naître les couleurs du jour
Et qui n'en revient pas
Definições definitivas...
O único argumento real a favor do casamento é que ele continua sendo o melhor método para se conhecer alguém.
José Antonio Labordeta (1935-2010)
Somos
como esos viejos árboles
batidos por el viento
que azota desde el mar.
Hemos
perdido compañeros
paisajes y esperanzas
en duro batallar.
Vamos
a echar nuevas raíces
por campos y veredas,
para poder andar
tiempos
futuros y anhelados,
de manos contra manos
que es la fraternidad.
Somos
como la humilde adoba
que cubre contra el tiempo
la sombra del hogar.
Hemos
perdido nuestra historia
canciones y caminos
en duro batallar.
Vamos
a echar nuevas raíces
por campos y veredas,
para poder andar
Vamos
hundiendo en las palabras
las huellas de los labios
para poder besar
Somos
igual que nuestra tierra
suaves como la arcilla
duros del roquedal.
Hemos
atravesado el tiempo
dejando en los secanos
nuestra lucha total.
Vamos
a hacer con el futuro
un canto a la esperanza
y poder encontrar
tiempos
cubiertos con las manos
los rostros y los labios
que sueñan libertad.
Somos
como esos viejos árboles.
José Antonio Labordeta es un escritor y cantante español, oriundo de Zaragoza. En 1976 participó de la creación del Partido Socialista de Aragón. Publicó nueve libros de poesía, cuatro entre cuentos y novelas,y libros de viajes como Aragón en la mochila,20 discos y tres libros de memorias.
Aquejado por el cáncer que lo llevó el 19 de septiembre de 2010,su último libro se titula Regular, gracias a Dios.
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Viva o Rio Grande do Sul
Minha homenagem a esse povo que sabe preservar suas tradições.
NO CLAMOR DA LIBERDADE
SÃO RESQUICIOS DE SAUDADE
DE UM POVO APAIXONADO
QUE AMA SUA QUERÊNCIA
ONDE AS CORES DA EXISTÊNCIA
SÃO O BRANCO E O COLORADO
LA NOS BAILES NA FAZENDA
ONDE O PEÃO E A PRENDA
DE BAIXO DE UM CÉU AZUL
DEIXAM ROLAR A PAIXÃO
E BRINDAM COM O CHIMARRÃO
VIVA O RIO GRANDE DO SUL.
VAINER OLIVEIRA DE ÁVILA
20 de Setembro de 1835 - Início da Revolução Farroupilha -
Hoje é a data máxima para os gaúchos. Neste dia eles celebram os ideais da Revolução Farroupilha.
O Rio Grande do Sul foi palco das disputas entre portugueses e espanhóis desde o século XVII. Na idéia dos líderes locais, o fim dos conflitos deveria inspirar o governo central a incentivar o crescimento econômico do sul, como pagamento às gerações de famílias que se voltaram para a defesa do país desde há muito tempo. Mas não foi isso que ocorreu.A Revolução Farroupilha, também é chamada de Guerra dos Farrapos ou Decênio Heróico (1835-1845), eclodiu no RS e configurou-se, na mais longa revolta brasileira.O estado do Rio Grande do Sul vivia basicamente da pecuária extensiva e da produção de charque, que era vendido para outras regiões do País. No início do século XIX, a taxação sobre o charque gaúcho tornava o produto pouco competitivo, e logo o charque proveniente do Uruguai e da Argentina passou a abastecer esta demanda. Alguns estancieiros, em sua maioria militares, propuseram ao Império Brasileiro (na época governado pelo Regente Feijó), novas alíquotas para seu produto, a fim de retomar o mercado perdido para os vizinhos do Prata. A resposta não foi nada satisfatória. Indignados com o descaso da Corte e cansados de ser usados como escudo em várias guerras na região, os gaúchos pegaram em armas contra o Império.Um dos pontos altos foi a tomada de Laguna, em Santa Catarina com a ajuda do italiano Giuseppe Garibaldi, em 1839. Finalmente os farroupilhas tinham um porto de mar. Ali foi fundada a República Juliana (15 de julho de 1839). Após dez anos de batalhas, com Bento Gonçalves já afastado da liderança e com as tropas já muito desgastadas, os farrapos aceitam negociar a paz. Em fevereiro do 1845 é então selada a paz em Poncho Verde, conduzida pelo general Luís Alves de Lima e Silva. Muitas das reivindicações dos gaúchos foram atendidas e a paz voltou a reinar no Brasil.Entre os principais líderes, destacam-se: Bento Gonçalves, Davi Canabarro, Giuseppe Garibaldi, Antônio de Souza Neto, Gomes Jardim e Lucas de Oliveira.
Definições definitivas...
O casamento tem muito de um circo; não existe nele tudo quanto anunciado na propaganda.
Mudar a Vida!
Deixamos assim de longe a única via pela qual horizontes novos se podem rasgar: aquela em que escolhemos percorrer o próprio trilho da mudança. E quando digo que escolhemos percorrer esse trilho, não estou a imaginar um caminho linearmente percorrido sem perigos nem desvios. Pelo contrário, no caminho da mudança, seremos ossos encharcados debaixo da chuva, seremos gestos descontrolados nas areias movediças, seremos passos indecisos a contornar rochas de granito.
Quantas vezes falamos de mudança de estruturas e de instituições, opondo essa mudança, numa espécie de antinomia inevitável, à mudança de mentalidades que queríamos ter visto operar, pela obra mágica do nosso verbo e das nossas incitações, para concluirmos (pacificante conforto!) que nada se podia fazer sem que se mudassem as estruturas. Quando finalmente as estruturas nos vieram parar às mãos verificamos que não éramos senão aprendizes de feiticeiro: não as soubemos desmantelar porque não conhecíamos as engrenagens escondidas; não as pudemos reorganizar porque não tínhamos alternativa viável a opor à sua gigantesca irracionalidade; não as pudemos deixar cair como mero anacronismo da história, porque não tínhamos delineado o projecto das estruturas novas que as substituiriam, superando-as e anulando-as. E quando reconhecemos que o aparelho institucional se agitou, tremeu, mas permaneceu inalterável nos seus vícios, na sua burocracia e na sua inutilidade, dissemos então que o que importa é mudar as mentalidades!
Passageiras são as estruturas, plasmáveis as mentalidades. Por entre o feito mecanicista de umas nas outras (mentalidades obscurecidas por estruturas aniquilosadas; estruturas inoperantes por mentalidades embrutecidas) brota a esperança duma outra relação, que não é senão o dinamismo da própria vida.
Por isso, a grande empresa não é o plano pensado e repensado, a estrutura gigantesca que, com os seus tentáculos, tudo vai abafar, nem a mentalidade renovada, adaptada, ajustada, conformada. A grande empresa é mudar a vida!
* Maria de Lourdes Pintasilgo, entre muitas outras coisas, numa vida inteiramente dedicada à causa pública, chefiou o V Governo Constitucional de Portugal, entre 31 de Julho de 1979 e 3 de Janeiro de 1980. Para saber mais sobre esta mulher extraordinária e pioneira, nada como consultar o Arquivo Pintasilgo.
A Varanda do Frangipani
domingo, 19 de setembro de 2010
COMPARAÇÃO
A vida imita a arte muito mais do que a arte imita a vida.
Ilustração: Salvador Dalí.
sábado, 18 de setembro de 2010
Escuna
Doce roteiro
Aquele em que navego
Tripulante
Da escuna leve de teu corpo
A me envolver na espuma
Flutuante
Ondulante
De um prazer sem fim.
Antonio José Giacomazzi
Vladimir Batista/Amado Nabokov
Lolita, luz da minha vida. Labareda da minha carne. Minha alma, minha lama. Lo-li-ta: a ponta da língua descendo em três saltos pelo céu da boca para tropeçar de leve, no terceiro, contra os dentes. Lo-li-ta
Lolita, luz da minha vida, labareda da minha carne. Minha alma, minha lama. Lo-li-ta: a ponta da língua descendo em três saltos pelo céu da boca para tropeçar de leve, no terceiro, contra os dentes. Lo. Li. Ta.
Pela manhã ela era Lô, não mais que Lô, com seu metro e quarenta e sete de altura e calçando uma única meia soquete. Era Lola ao vestir os jeans desbotados. Era Dolly na escola. Era Dolores sobre a linha pontilhada. Mas em meus braços sempre foi Lolita.
Será que teve uma precursora? Sim, de fato teve. Na verdade, talvez jamais teria existido uma Lolita se, em certo verão, eu não houvesse amado uma menina primordial. Num principado à beira-mar. Quando foi isso? Cerca de tantos anos antes de Lolita haver nascido quantos eu tinha naquele verão. Ninguém melhor do que um assassino para exibir um estilo floreado.
Lolita, luz de mi vida, fuego de mis entrañas. Mi pecado, mi alma. Lo-li-ta: la punta de la lengua emprende un trayecto en tres etapas a través del paladar e impacta, en la tercera, contra los dientes. Lo. Li. Ta.
Era Lo, Lo a secas, de mañana, con su metro cincuenta y una sola media. Era Lola en pantalones. Era Dolly en la escuela. Era Dolores sobre la línea punteada. Pero en mis brazos, era siempre Lolita.
(Vladimir Nabokov, Lolita)
Juan Carlos Oviedo, Che esperanza poraité
Juan Carlos Oviedo -Nació en Itacurubí de la Cordillera el 4 de noviembre de 1947. De niño aprendió a cantar y a tocar la guitarra con Aniceto Coronel en Ypacarai. En 1957 debutó en radio Guaraní con el acompañamiento de la orquesta típica de los Hermanos Vázquez. En 1963 fué finalísta del Primer Festival Nacional del Folklore organizado por Radio Ñandutí, al año siguiente formó parte del trío Armonía; luego en 1966 de Los Zorzales Guaraníes con el que participó de giras por el Brasil, Bolivia y Perú. En 1968 formó el dúo de oro Oviedo-Barreto con el que se presentó hasta 1984. Posteriormente formó el grupo Juan Carlos Oviedo y los Hermanos Acuña. Grabó más de veinticinco discos de larga duración.
Fuente: Diccionario de la música en el Paraguay por Luis Szarán en http://www.luisszaran.org
Rita Lee ... On The Rocks ... Rock in Rio ... 1985
On The Rocks...
Rita Lee e Roberto De Carvalho
Passo o dia inteiro imaginando meu bem
Na cama, no chuveiro, no trampo, sempre tão blasé
É uma neurose,
Uma overdose,
Sou dependente do amor!
Meus amigos dizem que essa coisa vicia
Andaram até jurando que era anorexia
É uma neurose,
Uma overdose,
Sou dependente do amor!
Babe, meu coquetel de paixão
Com mel e limão
On the rocks, on the rocks, on the rocks...
Ferreira Gullar é Prêmio Camões 2010
O júri revelou que o prêmio foi disputado entre o autor brasileiro e a portuguesa Hélia Correia. Ferreira Gullar ainda não foi informado da atribuição do prêmio uma vez que, até ao momento, não foi possível contatá-lo.
Nascido em 1930, no Maranhão, Ferreira Gullar é o pseudônimo de José Ribamar Ferreira. Em Portugal a sua obra está publicada pelas Quasi Edições.
O prêmio, anunciado há minutos pela ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, vem distinguir o poeta, crítico de arte, biógrafo, tradutor, argumentista de teatro e televisão, memorialista e ensaísta brasileiro.
Vencedor por duas vezes do Prêmio Jabuti (1999 e 2007), Gullar foi ainda indicado ao Nobel em 2002.
O escritor octogenário recebe assim a mais alta distinção literária atribuída a um autor de língua portuguesa. Esta é já a vigésima segunda edição do prêmio que distingue toda a obra de um autor, com cem mil euros.
O júri desta edição foi presidido por Helena Buescu, professora da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, e composto por José Carlos Seabra Pereira, professor associado da Universidade de Coimbra, Inocência Mata, professora santomense de Literaturas Africanas na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, e professora convidada em várias universidades brasileiras e norte-americanas, Luís Carlos Patraquim, escritor e jornalista moçambicano, António Carlos Secchin, escritor e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro e ainda pela escritora brasileira Edla van Steen.
Com Gullar o número de escritores brasileiros galardoados passa a ser nove. O último escritor vencedor do Prêmio Camões foi o cabo-verdiano Armênio Vieira (2009). Nos anos anteriores foram distinguidos o brasileiro João Ubaldo Ribeiro (2008) e o português António Lobo Antunes (2007)
O Prêmio Camões foi criado por Portugal e pelo Brasil em 1989 e é o maior prêmio de prestígio da língua portuguesa. O objetivo é distinguir um escritor cuja obra contribua para o projeto e o reconhecimento da língua portuguesa.
Na primeira edição do prêmio (em 1989), o escritor distinguido foi o português Miguel Torga.
SOL
http://canais.sol.pt/paginainicial/cultura/interior.aspx?content_id=174394
Inimigos
Definições definitivas...
Quando os homens são puros, as leis são desnecessárias; quando são corruptos, as leis são inúteis.
Difícil esta...
Sabem quando é que os americanos comeram carne pela primeira vez?
Foi quando la chegou o cristovão co-lombo...
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
Origami
A Natureza
A Natureza é um poema,
e nós, homens, com nossa arrogância,
temos que parar de pensar que
somos a parte mais importante dela
– somos apenas uma sílaba.
Gregory Colbert
A Cereja do Bolo
Hoje eu disse para mim mesmo: vou postar algo no Mínimo Ajuste, porque faz tempo que não faço isso. E, pois, aqui está, uma postagem, apenas uma postagem.
Poderia colocar uma música, uma foto, um texto, uma poesia. Pensei em Miguel Torga ou meu conterrâneo Mario Quintana, mas já postei algo deles por aqui e não quero me tornar -- algo assim como -- repetitivo.
Ou, quem sabe, poderia deixar essa postagem assim, sem conteúdo ou sem chantily.
Mas é sempre importante colocar uma cereja no bolo e, portanto, ai está.
Pronto, a postagem está pronta.
O Principio dos Labirintos (ou O Primeiro Texto)
As melhores fotos de astronomia do ano.
O grande vencedor do concurso foi o americano Tom Lowe, que recebeu o prêmio de mil libras (cerca de R$ 2.635) pela foto Blazing Bristlecone, que mostra a Via Láctea atrás de um pinheiro de mais de 4 mil anos em Sierra Nevada, na Califórnia.
"Essa linda imagem combina perfeitamente a impressionante vista do céu noturno com a vida aqui na Terra. Os pinheiros podem ser antigos, mas são bebês se comparados com as luzes das estrelas que brilham atrás deles, algumas das quais começaram sua viagem até nós há quase 30 mil anos", comenta um dos juizes do prêmio, o astrônomo Marek Kukula.
Outras duas dezenas de imagens receberam prêmios ou menções honrosas em seis categorias diferentes.
Entre os premiados estão um círculo perfeito formado por um eclipse solar, captado pelo indiano Dhruv Arvind Paranjpye, de apenas 14 anos, uma imagem da nebulosa de Órion feita pelo americanor Rogelio Bernal Andreo e a passagem de raios solares em uma fenda numa rocha na praia californiana de Pfeiffer, retratada pelo americano Steve Christenson.
Este é o segundo ano que a competição, organizada pelo Observatório Real de Greenwich e pela revista Sky at Night, é realizada, Mais de 400 imagens, de fotógrafos de 25 países diferentes, foram enviadas.
As melhores imagens estão em exposição no Observatório Real de Greenwich, no sudeste de Londres, até fevereiro de 2011.
Aurora Boreal entre as Estrelas.
'Surrounded by Space', de Fredrik Broms, recebeu a menção honrosa na categoria Terra e Espaço. A imagem, feita em Kvaløya, no norte da Noruega, em outubro de 2009, mostra as luzes da Aurora Boreal entre as estrelas.