quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Da série a mulher do meu avesso



I

A mulher do meu avesso
guarda sílabas
para fazer, dos fonemas
e dos acentos, os
sotaques dos
meus silêncios.

II

A mulher do meu avesso
repete letras como se fossem
elas sementes
e faz, da sombra dos verbos,
um abrigo para a rocha
e um leito para
o que sente.


III


A mulher do meu avesso
lima a ausência das palavras
e visita a vida que
mal cabe entre os 
dedos e formas
esculpidas 
em pedras sem pesos.

4 comentários:

  1. [reconstruída da sombra

    a forma da letra ganha um corpo, reedificado]

    um imenso abraço,

    Lb

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  2. MARAVILHOSO!

    Nós e nosso avesso!

    Beijos

    Mirze

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  3. Bípede que maravilha! existirá o nosso avesso contestando nossas ações e pensameno em outra dimensão? tem gente que diz que sim e tem poeta que sabe da complementação dos opostos ;) beijos

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