quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Bandolins


Não abusem.


Eu olho pra esses tantos
relógios desencontrados,
pendurados do vácuo [ao
lado de bandolins e cavacos]
e jogo no chão a bituca do
cigarro. Eu preciso deste
último trago ou ele do
meu atraso?



Não abusem.


Eu penso nos agiotas aos
quais devo pelos meus vícios
[insistências em arranhar os
mesmos discos], mas também
penso assim, em definitivo:
ainda que deles tenha me
valido, sou eu a depender
deles ou, agora, o inverso?



Não abusem.



Dedilhando as cordas suspensas
no vácuo [bandolim e cavaco], eu
cogito o mesmo em relação aos
bancos [que, nos últimos meses,
têm falido], e solto este resto de
fio atado a todo resto [por mim,
agora, revisto e abominado] por
entre os dedos.



E cuspo.


 (marcelo Novaes)


 

9 comentários:

  1. é, realmente! neste poema o Marcelo me conquistou como fã. beijos aos dois

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  2. Quisera eu saber dedilhar essas cordas suspensas da
    poesia e cuspir sobre tantas coisas )

    beijos

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  3. Mestre Marcelo!

    Lindo poema!

    Um beijo

    Mirze

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  4. Eu preciso deste último...ou ele do meu atraso?
    Sou eu a depender deles ou,agora,o inverso?
    ...solto este(s) fio(s) atados a todo o resto...
    E cuspo.
    Uau,estou aqui pensando em todos estes ???
    Soltar os fios atados...
    É isso!!! Valeu Marcelo!

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  5. Mary,


    Há cordões que há vida nos impõe. Há outros que nos impomos.

    E haja "amarração".


    Um beijo, querida.

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  6. Cara;me pegou. Me peguei revendo o quanto insisto nos discos riscados.Sigo na revisão.........................................
    Forte abraço brother.

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  7. Paulo,


    Todo mundo é pego em alguma faixa.



    Abração!

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    Respostas
    1. :)
      É fato ,amigo. Insistir no riscado que é onde o bicho pega. Tenho uns bichos q insistem e pegam até trincar e dar pt :-)) Abs

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